Moradores do Cabula reclamam de devastação em Horto Florestal

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Salvador

20 de julho de 2015 às 15h00

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Moradores do condomínio Recanto Verde, no bairro do Cabula, em Salvador, vem se queixando, há mais de 20 anos, de uma invasão de um terreno que pertence, segundo eles, ao Ministério da Agricultura e faz parte do Horto Florestal Cabula/Mata Escura. O local está sofrendo com a devastação a cada ano que passa. A situação é tão grave que, se nada for feito para mudar, a área verde pode desaparecer nos próximos cinco anos, de acordo com os próprios habitantes da região.

 O Horto Florestal está situado entre os bairros do Arraial do Retiro e Mata Escura e, na época que foi doado pela Prefeitura de Salvador à União, em 1956, tinha 38 hectares – cerca de 380 mil metros quadrados. “No entanto, atualmente, mais da metade da área já foi devastada pelos invasores. O poder público sabe que isso existe, mas nada faz”, contou Antônio Marques, morador do condomínio. 

O objetivo, à época, era de que o local virasse um parque, como informa o documento apresentado por ele do Cartório do 2º Ofício de Registro de Imóveis e Hipotecas de Salvador. De lá pra cá, no entanto, nada foi feito. Contatos foram realizados com diversos órgãos municipais e federais e a situação continuou a mesma. “Todos negam a existência de irregularidades. Nossa expectativa, agora, é de que o Ministério da Agricultura se manifeste, juntamente com o Ministério Público Federal”, acredita Marques.

No local, segundo Almir Pinto, outro morador do condomínio, existem espécies das mais variadas de animais, de cobras corais a saguis, passando por árvores oitis e gameleiras. “Há três anos, nós já havíamos derrubado algumas casas que estavam em construção. Mas logo apareciam outras pessoas e levantavam novos imóveis. Eu, particularmente, não sei mais o que fazer, já que os responsáveis não tomam nenhuma atitude”, disse ele.

A falta de fiscalização é tamanha que é possível ver homens, dentro da mata, realizando a construção de pequenos imóveis. Além disso, dos já existentes, estão em funcionamento, de acordo com os moradores, estabelecimentos como farmácias, entre outros que já fazem parte da Mata Escura. 

Outra preocupação deles é com relação a um muro que existia e separava o condomínio do Horto que foi derrubado, segundo eles, por traficantes de drogas. “Depois disso, ficamos vulneráveis, já que aqui acaba se tornando uma rota de fuga para os bandidos”, falou Marques. Mais queixas giram em torno de um esgoto que está sendo despejado em uma lagoa que passa dentro do Horto “e está acabando com a nascente e a Embasa já veio aqui, mas nunca resolveu o problema”, relatou Almir Pinto.

Rede de esgoto  

 A assessoria de comunicação da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) que informou, através de nota, que uma equipe esteve no local, no último sábado, para fazer a desobstrução e a limpeza da rede coletora de esgoto que atende o Recanto Verde. Na sexta, técnicos estiveram no condomínio e identificaram alguns pontos de obstrução na rede de esgoto, causada pelo acúmulo de lixo, o que indicaria mau uso do sistema por parte dos moradores. Por conta disso, o esgoto estaria extravasando na rede de drenagem pluvial.

A reportagem também entrou em contato, desde a última sexta-feira, com o Ministério da Agricultura, em Brasília, dona do terreno – segundo a documentação apresentada pelos moradores – para saber quais medidas o órgão iria tomar para evitar o aumento da devastação no Horto Florestal do Cabula/Mata Escura. No entanto, até o fechamento desta edição, ninguém respondeu as nossas solicitações.

Foto: Reprodução/Tribuna da Bahia

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