Padrasto acusado de matar bebê pode ir a júri a popular em Uberlândia

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Brasil

11 de agosto de 2016 às 12h45

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O juiz da 2ª Vara Criminal da comarca de Uberlândia, Dimas Borges de Paula, proferiu sentença de pronúncia contra o acusado de estuprar e matar a enteada de apenas sete meses, Carlos Henrique Gomes Fortunato.

Na decisão, o juiz reconheceu indícios da autoria do crime e acatou as acusações apresentadas pelo Ministério Público por homicídio doloso - quando há intenção de matar, duplamente qualificado. O réu deve ir a júri popular no próximo ano, mas a decisão publicada nesta quarta-feira (10) cabe recurso em segunda instância.

De acordo com o advogado de Carlos Henrique, Marco Aurélio Rodrigues da Cruz, a defesa ainda não teve acesso à decisão do juiz, mas informou que deve tentar junto ao Tribunal de Justiça, em Belo Horizonte, a reversão da sentença. Caso o TJ não reforme a matéria, o acusado deve ser julgado no fim do primeiro semestre de 2017.

Bebê foi torturado

O crime aconteceu em março no Bairro Laranjeiras. O inquérito da Polícia Civil concluiu queSophia Lauren Lopes Silva, de sete meses, foi abusada sexualmente e torturada até a morte. A mãe do bebê havia saído para trabalhar e a vítima ficou sob os cuidados do padrasto, de 25 anos, que foi preso em seguida.

Conforme a ocorrência da Polícia Militar (PM), quando a mãe chegou em casa encontrou o bebê sangrando e a levou imediatamente para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Sul, no Bairro São Jorge. O suspeito disse à mulher que a criança havia caído, justificando os ferimentos.

A delegada Gabriela Damasceno informou que o bebê foi torturado por Carlos com pancadas na cabeça, tentativa de afogamento e outras agressões. Segundo o inquérito, ele sentia raiva da menina e tinha a intenção de matá-la.

Em depoimento, ele contou que a violência contra Sophia começou por volta das 8h, quando a mulher saiu para trabalhar e só terminou por volta das 12h, momento em que ligou para a companheira relatando os sangramentos da vítima. Ele deu várias cabeçadas, que causaram afundamento de crânio e colocou o rosto de Sophia por mais de 30 minutos debaixo do chuveiro.

A ingestão de água acabou resultando no inchaço abdominal. “O Carlos ficou com a criança sozinho e disse que tinha raiva do bebê por estar criando filho de outro homem. Ele retirou a criança do chuveiro ainda viva, colocou no sofá, a enxugou e neste momento contou que despertou o desejo sexual”, relatou Damasceno.

O padrasto praticou sexo oral por mais meia hora com o bebê. Em seguida, limpou a enteada e voltou a cometer agressões físicas com socos no abdômen. Por fim, pegou um travesseiro e asfixiou a vítima até parar de se mexer. O suspeito não assumiu ter feito sexo anal, embora a menina apresentasse ferimentos.

Carlos permanece preso no Presídio Professor Jacy de Assis enquanto aguarda o julgamento do caso.

Bebê já teria sido vítima de agressão 

Conforme as investigações, Sophia Lauren já teria dado entrada em uma unidade de saúde em dezembro de 2015 apresentando hematomas pelo corpo e, na época, os funcionários da unidade orientaram a mãe, Fernanda Lopes, de 21 anos, a procurar a polícia. Ela não registrou Boletim de Ocorrência e foi embora da unidade antes de ser advertida pela assistente social.

A Polícia Civil concluiu que a jovem foi omissa por saber os riscos que a filha estava submetida e não ter tomado nenhuma atitude. Carlos chegou a relatar que Fernanda não pediu para uma prima ficar com o bebê, mas pediu diretamente a ele, com a orientação de que não judiasse de Sophia.

Além disso, a babá da criança também já teria aconselhado a jovem a não deixar a criança com quem não confiasse. “A mãe se mostrou muito indiferente a tudo e, em alguns momentos, até bastante protetiva do agressor nos depoimentos. Ela nega qualquer coisa que impute ao Carlos alguma responsabilidade e não agiu. Por essa razão, por não ter protegido o bebê, ela também é responsável e foi indiciada pelos mesmos crimes, por omissão”, afirmou a delegada.

Fonte: G1

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