Com uma dívida que já ultrapassa os R$ 7 milhões, a Santa Casa de Misericórdia do município de Valença, região sul da Bahia, deve dar entrada um processo de suspensão serviços essenciais à população a partir do dia 12 de setembro. O ultimato foi dado pelo provedor da unidade, Marcelo Dantas, e pelo diretor médico Ricardo Fonseca, em comunicado ao Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e na Superintendência de Atenção Integral à Saúde (Sais).
Entre os serviços ameaçados de serem suspensos estão cirurgias eletivas e obstetrícia de média complexidade. Conforme nota da Santa Casa à imprensa, a situação é gerada pelo “subfinaciamento do Sistema único de Saúde (SUS) que repassa R$ 1,8 milhão enquanto os custos operacionais são superiores a R$ 2 milhões”.
Na próxima terça-feira (16), os dirigentes da Santa Casa têm uma nova reunião agendada com a Sesab na tentativa de solucionar os problemas acarretados pela crise. A expectativa é que seja firmado um aditivo para a manutenção do equilíbrio financeiro da instituição. Um pedido de reequilíbrio dos contratos já havia sido feito no mês de março.
A Santa Casa Valença, que é uma instituição filantrópica, que é referência na assistência à saúde de média e alta complexidade, realizando mais de 20 mil atendimentos mensais e sendo a única emergência em funcionamento no Baixo Sul e região.
Crise das filantrópicas- O subfinanciamento do SUS é responsáveis pelo crescente endividamento de diversas unidades filantrópicas na Bahia, entre elas as Obras Sociais Irmã Dulce (Osid) e o Hospital Martagão Gesteira, em Salvador. Algumas dessas instituições, entre elas a Santa Casa de Valença, se uniram através da campanha “SOS Saúde da Bahia”, que já reúne 14 entidades.
Reprodução/Bahia.ba
