A cada hora, cinco pessoas são mortas por armas de fogo no Brasil

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26 de agosto de 2016 às 12h01

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O Brasil ocupa a 10ª posição no ranking dos países que mais matam com armas de fogo, de acordo com o Mapa da Violência 2016, divulgado nesta quinta-feira (25). O levantamento da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) afirma que o país teve 44.861 mortes dessa modalidade em 2014, um pouco mais que os acidentes de trânsito (44.823) e quatro vezes mais que as mortes em decorrência da aids (12.534). 

A taxa média nacional de mortalidade por arma de fogo – medida a cada 100 mil habitantes – vem crescendo ao longo dos anos. Em 1980, era de 7,3. Em 2003, ano anterior à entrada em vigor do Estatuto do Desarmamento, de 22,2. Em 2014, ficou em 22,4. A Região Nordeste é a mais violenta. Segundo o levantamento, Alagoas lidera os estados que mais matam por arma de fogo no Brasil, com uma taxa de 56,1 homicídios por 100 mil habitantes. A cidade alagoana de Murici, berço político do presidente do Senado, Renan Calheiros, do PMDB, amarga a triste média de 100,7 homicídios por arma de fogo por 100 mil habitantes – só perde para a baiana Mata de São João, recordista com 102,9 homicídios do tipo por grupo de 100 mil habitantes.

A principal vítima da violência são os jovens entre 15 e 29 anos, com pico aos 20 anos. No conjunto da população, o número de homicídios por arma de fogo passou de 6.104, em 1980, para 42.291, em 2014 – um crescimento de 592,8%. Entre a juventude, pulou de 3.159 para 25.255 nesse mesmo período, um aumento de 699,5%. Os negros também sofrem mais. Do total de vítimas no ano passado, 29.813 eram negras. É 158,9% a mais do que o total de brancos mortos.

A edição recente do Mapa da Violência traz outros dados surpreendentes: em 2014, a média diária de mortes por arma de fogo chegou a 123 – ou cinco pessoas mortas por hora.

A publicação concluiu que as políticas de controle de armas, a partir de 2003, ajudaram a frear os homicídios por armas de fogo. Pelos cálculos dos pesquisadores, 133.987 vidas foram poupadas em uma década, entre 2004 e 2014.

Segundo o estudo, o uso da arma de fogo no total de homicídios registrados no Brasil subiu de 36,8% para 70,7% entre 1983 e 2004. Depois do Estatuto e Campanha do Desarmamento, a proporção estabilizou – chegou a 71,7% em 2014.

O Mapa da Violência 2016 é parte de uma série de estudos desenvolvida pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz desde 1998. De acordo com a pesquisa, 967.851 pessoas foram vítimas de disparo de arma de fogo de 1980 a 2014. Em 85,8% dos casos, esses crimes foram intencionais.

Fonte: Revista Época

Mapa da Violência 2016 (Foto: ÉPOCA)

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