Brasileiro herdou medalha de Bolt, mas perdeu R$ 1 milhão

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Esporte

25 de janeiro de 2017 às 19h08

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Walter Dix of the US (L), Brazil's Vicente Lima and Jamaica's Asafa Powell compete during the men's 100m round 2 heat 5 at the National stadium as part of the 2008 Beijing Olympic Games on August 15, 2008. Jamaica's Asafa Powell won ahead of Bahamas' Derrick Atkins and Walter Dix of the US. AFP PHOTO / WILLIAM WEST / AFP PHOTO / WILLIAM WESTO velocista potiguar Vicente Lenílson de Lima recebeu com surpresa e um misto de alegria e frustração a notícia de que, mais uma vez, seria um medalhista olímpico. Ele e os colegas Sandro Viana, Bruno Lins e José Carlos Moreira, o Codó terminaram a prova de revezamento 4×100 metros da Olimpíada de Pequim-2008 em quarto lugar, mas herdaram a medalha de bronze, quase nove anos depois, nesta quarta-feira. O Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou a punição à equipe jamaicana, vencedora da prova, devido ao uso de doping por parte do atleta Nesta Carter, companheiro de Usain Bolt. Aos 39 anos e aposentado do esporte de elite, Vicente Lenílson se disse contente com a novidade, mas lamentou a perda de um prêmio milionário.

“Eu jamais imaginei em tirar uma medalha do Bolt (risos). Claro que estou feliz, mas também é frustrante porque meu antigo clube, a Rede Atletismo, pagava 1 milhão de dólares por medalha. Como o clube acabou, eu jamais vou ver esse dinheiro”, afirmou o Lenílson. A equipe Rede Atletismo, ironicamente, deixou de existir em 2010, justamente por causa de um escândalo de doping do qual Vicente não participou– Bruno Lins, outro que deve herdar a medalha, também fazia parte do clube e estava envolvido – clique e relembre o caso.

“Pra mim é menos frustrante, porque eu já subi no pódio uma vez. O pior é perder essa oportunidade por causa da ganância dos outros competidores”, afirmou o ex-atleta, que em 2000 conquistou a histórica medalha de prata no revezamento dos Jogos de Sidney, ao lado de Claudinei Quirino, Edson Luciano e André Domingos.

Vicente conta que, na época, estranhou a forma física do jamaicano Nesta Carter na China. “Eu me lembro de ter disputado várias provas com ele, ele era magrinho, e de repente em Pequim ele estava grandão. Eu sempre achei muito estranho, mas nunca falei nada.” Reanálise dos exames mostrou que o jamaicano utilizou metilhexanamina, substância banida pelo Código da Agência Mundial Antidoping (APA ) desde 2004. Nascido em Currais Novos (RN), Vicente hoje vive em Cuiabá (MT), onde é terceiro sargento das Forças Armadas e mantém o Instituto Vicente Lenílson, que inicia mais de 80 crianças no atletismo. O Comitê Olímpico do Brasil (COB) ainda não o procurou para dizer quando e como a medalha deve ser entregue. Nesta Carter ainda pode recorrer à Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês).

Reprodução: Revista Veja

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