Tribunal confirma impeachment da presidente da Coreia do Sul

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Mundo

10 de março de 2017 às 08h36

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A Corte Constitucional da Coreia do Sul confirmou nesta sexta-feira (9) a destituição da presidente Park Geun-hye, suspeita de estar envolvida em um escândalo de corrupção. Ela já estava afastada do cargo, por decisão do Parlamento, desde dezembro passado.

As ações de Park "constituem um grave atentado ao espírito (...) da democracia e ao Estado de Direito", disse o presidente da Corte Constitucional, Lee Jung-Mi. "A presidente Park Geun-Hye (...) foi destituída", acrescentou.

A decisão unânime do tribunal acaba com meses de crise política e prevê a convocação de eleições antecipadas nos próximos 60 dias.

Diante da Corte Constitucional, grupos de opositores e partidários do impeachment se reuniram para acompanhar a sessão decisiva, que foi transmitida pela TV. Após a decisão da corte, aconteceram protestos, que terminaram com pessoas mortas.

Park, filha do ditador Park Chung-hee, se tornou a primeira presidenta da Coreia do Sul, ao ser eleita em 2012 com a maior votação da história democrática do país.

Mas seu estilo distante e uma série de polêmicas, somadas ao descontentamento social e político, minaram sua popularidade e levaram milhões de pessoas às ruas para pedir o impeachment.

Em dezembro, o Parlamento destituiu Park por corrupção e abuso de poder, em uma decisão confirmada nesta sexta pela mais alta corte do país. Park, de 65 anos, se tornou a primeira líder sul-coreana eleita democraticamente a ser retirada do cargo.

Com a decisão, Park será obrigada a abandonar o Palácio Presidencial e perderá sua imunidade de chefe de Estado. Ela vai enfrentar a um novo inquérito de procuradores federais.

O escândalo político teve como figura central Choi Soon-sil, chamada de "Rasputina" pela imprensa local. Amiga de Park há 40 anos, Choi Soon-sil é acusada de utilizar sua influência para receber mais de US$ 70 milhões de diferentes empresas sul-coreanas, e de intromissão nos assuntos do Estado.

Park pediu perdão, em diversas ocasiões, pelo escândalo, mas sempre negou as acusações de ter agido ilegalmente. "Jamais busquei enriquecimento ou abusei do poder como presidente (...). Peço à Corte que adote uma decisão sabia", argumentou em carta enviada aos juízes.

A Corte concluiu que Park violou a lei ao permitir a ingerência de Choi Soo-sil em assuntos do Estado. "O presidente tem que usar seu poder conforme a Constituição e as leis, e os detalhes sobre sua função devem ser transparentes, para que o povo possa avaliar seu trabalho, mas Park ocultou completamente a intromissão de Choi nos assuntos de Estado, e a negou quando emergiram as acusações, inclusive criticando seus acusadores".

De acordo com a procuradoria especial do país, Park Geun-hye aliou-se com a amiga para receber propinas do Grupo Samsung com o objetivo de cimentar o controle do vice-presidente da empresa, Jay Y. Lee, sobre o conglomerado.

As descobertas da investigação de 70 dias levaram à acusação direta contra Park por várias infrações, entre elas conspiração para suborno implicando a Samsung.

A procuradoria especial também disse que a presidente foi fundamental para colocar mais de 9 mil artistas, autores e profissionais da indústria cinematográfica em uma lista negra e excluí-los da assistência governamental, o que constituiu abuso de poder.

Reprodução: G1

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