Estudo para racionamento prevê Salvador dividida e áreas sem água por até 24h

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Salvador

13 de abril de 2017 às 10h23

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Presidente da Embasa diz que volume de água nos reservatórios atende de 45 a 60 dias - Foto: Joá Souza | Ag. A Tarde

A Embasa já tem estudos prontos se for necessário implantar racionamento no abastecimento de água de Salvador e região metropolitana (RMS). São várias alternativas avaliadas, mas a concessionária trabalha com a possibilidade de dividir a cidade em setores e, ao longo da semana, cada um deles ficar um dia ou 12 horas desabastecido.

A informação foi dada ao A TARDE pelo presidente da concessionária, Rogério Cedraz, durante visita do governador Rui Costa, nesta quarta, 12, à obra de um centro de reservação, localizado na rodovia CIA-Aeroporto (BA-526) para abastecer Lauro de Freitas e algumas comunidades da capital baiana que ainda recebem água por meio de carro-pipa, como a Fazenda Cassange.

Cedraz disse que os estudos estão prontos "há muito tempo" e que Salvador e RMS, diante do volume que há nos reservatórios, têm um prazo "de 45 a 60 dias de continuidade".

No entanto, isto não significa que daqui a dois meses haverá de fato o racionamento. "Não temos a condição de previsibilidade total. Uma série de fatores influenciam, mesmo que não chova, mas se tiver um tempo todo nublado e não haja evaporação, se prorrogam os processos", afirmou.

A situação está sendo avaliada, a cada dez dias. "Depende do volume de água que eu vou ter que tirar do sistema. Se porventura precisarmos chegar até esse ponto que é o limite, está tudo equacionado", ressaltou o presidente da Embasa.

Ele disse, ainda, que o estado enfrenta uma condição meteorológica atípica, com menos chuvas do que o esperado. "Temos uma situação bem crítica. As chuvas não têm caído onde precisa, mais para dentro do continente. O risco existe. Não podemos deixar de trabalhar com todas as possibilidades. Uma delas é o de racionamento".

Consumo

Ele frisou, também, que Salvador utiliza atualmente cerca de 10,5 m³ por segundo. A barragem de Pedra do Cavalo é responsável por cerca de 60% desse volume. A de Santa Helena responde por 25% da vazão.

O problema está, segundo Cedraz, na barragem do Joanes, considerada a mais crítica e que responde por 15% da vazão, onde se espera que chova para aumentar o volume do reservatório.

De acordo com informativo semanal publicado pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), a barragem de Joanes II está com 8,08% de volume útil e Joanes I com 68,73%. Santa Helena e Pedra do Cavalo estão respectivamente com 23% e 22,8%.

O titular da Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento (Sihs), Cássio Peixoto, afirmou que o risco de racionar permanece em 50%. A TARDE já havia divulgado a porcentagem de risco no último 31 de março.

Como forma de minimizar o impacto de Joanes, o presidente da concessionária disse que há 18 poços artesianos em perfuração, com investimento de R$ 150 milhões. Eles oferecerão vazão de 1 m³ por segundo. "A questão é que pode acontecer algum problema antes da conclusão dos serviços. Podemos ter algum período de desabastecimento", alertou.

O governador Rui Costa fez um alerta à população: "Quero pedir que faça o máximo possível o uso racional da água. Os nossos reservatórios estão muito vazios".

Segundo Rui, a situação é grave em todo o estado. Na região metropolitana, as chuvas recentes não foram suficientes para amenizar os riscos de racionamento.

Questionado se a possibilidade de ter que racionar a distribuição da água surpreendeu o governo, Rui disse que não é a primeira vez que o risco apareceu. "Salvador já teve outros momentos. A seca no Nordeste acontece desde 2010 com chuvas abaixo da média histórica. Toda a região passa por problemas".

Reprodução/A tarde

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