Ladeira da Soledade segue interditada após desabamento que matou três

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Salvador

26 de abril de 2017 às 11h16

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Casarão desabou sobre casa vizinha, na noite de segunda-feira (25) e deixou 3 mortes (Foto: Juliana Almirante/ G1)

Ladeira da Soledade, no bairro da Lapinha, segue interditada na manhã desta quarta-feira (26), após o desabamento de um casarão, que deixou três pessoas da mesma família mortas na segunda-feira (23). De acordo com a Superintendência de Tráfego (Transalvador), as opções de tráfego para os motoristas são a Avenida Heitor Dias, a Rua Cônego Pereira, a Ladeira do Funil, a Avenida Bonocô e Ladeira do Arco.

Ainda não há confirmação se o imóvel que desabou e o que foi atingido serão demolidos. A área em que o casarão está localizado é tombada pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC). Através de nota, o órgão informou que depende de autorização da prefeitura e do dono do imóvel para fazer intervenções no local. Já a prefeitura afirma que precisa que o IPAC libere a demolição.

Após o desabamento, o Colégio Estadual Carneiro Ribeiro Filho, que fica perto do casarão, suspendeu as aulas nesta semana, segundo recomendação da Secretaria de Educação. O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-BA) disse que não encontrou registro que indicasse qualquer serviço de manutenção no casarão nos últimos dois anos.

A prefeitura também informou, em nota, que o proprietário do imóvel que desabou foi identificado como José Ivo da Costa Santos e permanece foragido. José Ivo foi notificado pela Defesa Civil de Salvador (Codesal) no ano de 2011 e orientado a realizar a recuperação ou escoramento da edificação com urgência. Segundo a Codesal, moradores informaram que o proprietário do imóvel chegou a realizar uma reforma no telhado sem autorização.

O diretor da Defesa Civil, Gustavo Ferraz, disse que já informou ao IPAC sobre o risco de desabamento do imóvel que desabou. “Todas as informações foram passadas ao IPAC. Ontem as 16h, voltamos a oficiar ao IPAC. Nós sabemos das intercorrências, mas a população não pode ficar com o trânsito do jeito que está”, afirma. Conforme o diretor, 20 imóveis na região também estão em situação de risco de desabar.

Por sua vez, o IPAC sustenta que encaminhou à prefeitura uma notificação, afirmando que não recebeu qualquer ofício ou comunicação da administração pedindo a concessão de alvarás para realização de obra no casarão. No documento, o Instituto ainda pediu, com urgência, o encaminhamento de informações e documentos relativos ao imóvel.

Investigação

Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a 2º Delegacia Territorial (DT/ Lapinha) irá instaurar inquérito para apurar as causas e responsabilidades do desabamento no casarão na noite de segunda-feira. A secretaria afirma que, segundo informações preliminares, o dono do imóvel que desabou já havia sido notificado pelos órgãos competentes sobre a situação da estrutura e o risco que apresentava.

Vizinhos e sobreviventes da ocorrência serão ouvidos durante a investigação, que aguarda também laudo emitido pela equipe da Coordenação de Engenharia do Departamento de Polícia Técnica (DPT).

Enterro

O idoso José Prospero Deminco, de 73 anos, e os filhos dele, Ana Paula Carreiro Deminco, de 34, e Paulo Ricardo Carneiro Deminco, de 44, que morreram no desabamento, foram enterrados na tarde de terça-feira (25), um dia depois da tragédia.

A cerimônia foi realizada no Cemitério Campo Santo, no bairro da Federação, na capital baiana. Dezenas de familiares e amigos das vítimas compareceram ao enterro para prestar as últimas homenagens. A família não quis falar com a imprensa.

Além do idoso e dos dois filhos mortos, outra filha dele, identificada como Simone Deminco, e o filho dela, um adolescente de 13 anos, também estavam na casa. Eles foram retirados de dentro do imóvel por vizinhos, que se mobilizaram logo após o desabamento. Os dois foram levados para o Hospital Geral do Estado (HGE) e receberam alta ainda na terça-feira.

Reprodução/G1

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