Presos após confronto com grupo anti-imigração vão para audiência de custódia

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Brasil

03 de maio de 2017 às 14h51

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Homem é detido na Avenida Paulista, em São Paulo, após confronto durante protesto de contrários e favoráveis à Lei de Migração no Brasil na noite de terça-feira (2) (Foto: Cris Faga/Fox Press Photo/Estadão Conteúdo)

Quatro presos após conflito com manifestantes de direita contrários à Lei de Migração, entre eles dois palestinos, deixaram no fim da manhã desta quarta-feira (3) o 78º Distrito Policial, nos Jardins, e foram para a audiência de custódia no Fórum da Barra Funda. Eles responderão por quatro crimes.

Por volta das 21h desta terça-feira (2), cerca de 50 pessoas do Movimentos Direita São Paulo e Juntos pelo Brasil protestavam em frente ao escritório da Presidência da República na Avenida Paulista pedindo para o presidente Michel Temer veter a Lei de Migração sancionada no Senado. No mesmo horário, havia 20 pessoas favoráveis à lei. Não se sabe como começou, mas houve confronto entre os dois grupos e vídeo divulgado no Facebook mostra uma explosão.

Segundo a Polícia Civil, os quatro manifestantes favoráveis à Lei de Migração foram presos em flagrante e responderão por explosão, lesão corporal, associação criminosa e resistência durante confronto em manifestação, por volta das 21h desta terça-feira (2), na Avenida Paulista. O advogado do grupo não quis gravar entrevista, mas disse que eles foram linchados pelos manifestantes contrários à nova lei. Um dos detidos, Nur, sírio de origem palestina ficou ferido na cabeça, mas nenhum agressor foi preso.

O grupo, ainda de acordo com a Polícia Civil, teria arremessado artefato explosivo. Os detidos, no entanto, alegaram que apenas se defenderam. Não é possível afirmar como começou o confronto.

Entre os presos está o palestino Hasan Zarif, líder do movimento Palestina para Tod@s e proprietário do bar Al Janiah, no Centro de São Paulo. Os advogados afirmaram que demoraram quase cinco horas para ter acesso aos presos e jornalistas não puderam entrar no DP.

Um amigo de Hasan, em vídeo gravado e postado no Facebook, disse que "armaram" para os palestinos.

“Aparentemente foi feita uma armação contra eles. Eles estavam na Avenida Paulista, no começo da noite, diante de uma manifestação de elementos ultradireitistas, que faziam um protesto contra a lei dos imigrantes, lei que é inclusive de autoria do senador Aloysio Nunes (PSDB) atual ministro das Relações Exteriores", diz o vídeo.

Esses elementos inconformados com essa lei promoviam uma manifestação de ódio e certamente incomodou o Hasan. Essas pessoas de ultradireita estão acusando Hasan e os militantes antifascistas de os terem agredido. O que pelo que conhecemos de Hassan, do Nur, e das outras pessoas, é uma completa mentira. Nur está bem, foi ferido no nariz", disse.

Segundo o movimento Direita São Paulo, eles foram atacados enquanto protestavam na Avenida Paulista. O ato gritava contra a 'islamização do Brasil" e os manifestantes seguravam faixas escritas "Aloysio Nunes [ministro das Relações Exteriores] traidor" e pediam pela "soberania".

A vereadora Sâmia Bonfim (PSOL), representante da comissão de direitos humanos na Câmara dos Vereadores, disse que foi à delegacia se assegurar se os direitos dos imigrantes e dos brasileiros estão sendo garantidos.

Segundo Sâmia, a polícia não deteve manifestantes de direita que pregavam discurso de ódio. "Acho que é muito perigoso um discurso de ódio, um discurso anti-imigrante, acho que o Brasil já avançou nesse sentido, em receber pessoas de todas as partes do mundo. Acho que esse discurso de ódio não pode se perpetuar no país", afirmou.

"Questionei se houve uma investigação do lado dos manifestantes, que, segundo relatos, estavam pregando discurso de ódio, com discurso anti-imigrante. Mas ele disse [o delegado] que não houve flagrante nenhum sobre eles e que em função disso não seria possível fazer nenhum acompanhamento", completou.

O ouvidor das polícias de São Paulo, Júlio César Fernandes, também foi à delegacia para acompanhar a movimentação: "Existem denúncias que chegaram à ouvidoria e nós sentimos necessidade de estar presentes". "Denúncias de cerceamento de defesa por parte dos advogados dos ativistas que estão presos. Que a autoridade não está deixando que os advogados conversem com os detidos. Estamos encaminhando esse denúncia para a própria OAB", completou.

Reprodução/G1

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