Índios aderem a smartphones e redes sociais em reserva na Bahia

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Bahia

30 de agosto de 2015 às 09h00

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Na mão direita, o psicopedagogo Lymbo Perigipe, 39 anos, segura um smartphone com sistema operacional Android. Como muitos brasileiros, está insatisfeito com a cobertura da operadora de telefonia. “Quando a gente vai mandar as mensagens no WhatsApp para os amigos, nem dá para responder. Fica avisando que já gastou 80% do 3G, depois vem 100% e acabou tudo. Essa operadora fica roubando meus créditos”, queixa-se.

Até aí, nada muito diferente. Mas, na mão esquerda, Lymbo ostentava uma chanduka – um cachimbo típico da tribo indígena Fulniô. “São dois meios de comunicação”, diz, referindo-se tanto ao celular quanto ao apetrecho. “Esse aqui é para se comunicar com a natureza, que é a nossa espiritualidade, e esse aqui (o smartphone) é para falar com vocês que não sabem fazer sinal de fumaça”, brinca, apontando para os não-índios que visitavam a reserva indígena Thá-fene, em Lauro de Freitas.

O sinal de fumaça já ficou antiquado para contatar quem ficou nas aldeias. Índio também quer fazer parte do mundo do Facebook e do WhatsApp. “A gente usa Skype também. Dos mais novos, todo mundo tem. Agora, os velhos não têm, não. Eles dizem ‘isso é coisa do cão’”, conta a índia Cynthia Santos, 22, que é dos Kariri Xocó, mas veio para a Thá-fene pela primeira vez há dez anos.

Foto: Reprodução/Correio24h

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