Nova mina de ametista atrai milhares à dura corrida da riqueza no interior da Bahia

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28 de maio de 2017 às 09h47

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(Foto: Arisson Marinho/CORREIO )

 

A esperança é uma pedra roxa que sai dos mais de 200 buracos escavados desde a descoberta de uma jazida de ametista no povoado de Quixaba, zona rural de Sento Sé. Quarenta dias após o acaso revelar a fortuna encravada na Serra dos Brejinhos, as covas, algumas já com 15 metros de profundidade, continuam a se multiplicar, assim como os milhares de garimpeiros profissionais, amadores e iniciantes atraídos pela expectativa de ganhar a vida no sertão baiano banhado pelas águas do São Francisco.

Transformar esperança em algo além do sonho, no entanto, demanda disposição física e força de vontade para atravessar as barreiras impostas na aridez da caatinga. Chegar é a primeira delas. A partir de Juazeiro, via BA-210, são 100 quilômetros de asfalto, outros 50 de terra e mais oito em estrada coberta de cascalho e de um material semelhante ao caulim, que mais parece talco e é encontrado em todos os acessos para a mina da Quixaba, situada na borda sul do Lago de Sobradinho.    

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Quando os veículos passam pelo último trecho, deixam no ar uma névoa que invade os pulmões de quem se arrisca a encará-la a pé ou de moto sem máscara. E são milhares os que enfrentam diariamente a peregrinação iniciada em 18 de abril. Naquele dia, um caçador da região se deparou acidentalmente com a jazida de ametistas no topo dos Brejinhos, parte do conjunto de serras que se entende por mais da metade do município de Sento Sé, terceiro maior da Bahia em extensão territorial.

Dali em diante, aproximadamente sete mil pessoas se deslocaram para o novo garimpo, segundo estimativas da prefeitura de Sento Sé. Parte chega ao nascer do sol e vai embora assim que finda a tarde. O restante ou dorme junto aos “serviços”, como são chamados os buracos, ou se espreme em tendas improvisadas de lona e troncos de árvores derrubadas em volta dos dois acampamentos que servem de base para a mina e de estacionamento para veículos que transportam trabalhadores, negociantes de pedras e mantimentos.

Correio (AF)

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