Grupo protesta em Salvador por conta de fechamento dos pontos de atendimento a pessoas em situação de rua

Trabalhadores dos Pontos de Cidadania e moradores em situação de rua de Salvador realizam um protesto na tarde desta quarta-feira (14), no região da Sete Portas, na capital baiana. O ato é contra o encerramento do serviço que atendia pessoas em situação de rua e funcionava em dois dois contêineres instalados na capital baiana: um na Praça Marechal Deodoro, no bairro do Comércio, e outro na Sete Portas. Os atendimentos nos espaços foram realizados até o dia 31 de maio. As duas unidades do Ponto de Cidadania, serviço que atende pessoas em situação de rua em Salvador desde 2014, foram fechadas. O serviço nasceu em Salvador e foi copiado em outras cidades.

Os manifestantes chegaram no local por volta das 14h30, e até as 16h30 ainda realizavam o protesto. A manifestação não atrapalha o trânsito na região da Sete Portas. Conforme o coordenador técnico do projeto e psicólogo Tiago Cerqueira, o ato é uma forma de conscientizar a população e o governo sobre a importância desses atendimentos. Cerqueira informou ainda que com o fechamento, os profissionais só conseguem acompanhar as pessoas que estavam em algum encaminhamento médico ou jurídico, mas não têm como realizarem novos atendimentos.

"Os técnicos estão em campo como voluntários, fazendo acopanhamento de pessoas que já estavam sendo atendidas, pessoas com cirurgias marcadas, com demanda jurídica. Está muito delicada a situação", contou. O projeto, idealizado pelo psicólogo e psiquiatra Antônio Nery Alves Filho, foi financiado pela Secretaria Estadual de Justiça Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJHDS). Segundo a pasta, o ponto de cidadania funcionava com auxílio de recursos do Governo Federal, mas, com os cortes de verbas do executivo, o projeto teve que ser suspenso. O G1 entrou em contato com a SJHDS para saber sobre o futuro do projeto, mas a secretaria informou que não há previsão de reabertura dos pontos, nem qualquer outra decisão sobre o tema.

Reprodução: G1 - Bahia