'Quando ouvi o tiro, peguei as meninas e saí correndo', diz mãe de garota baleada ao sair de igreja

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Polícia

19 de junho de 2017 às 11h07

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Uma menina de 9 anos foi baleada após sair da igreja com a mãe e a irmã, na noite de domingo (18), em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). O caso aconteceu por volta das 21h e, de acordo com o boletim de ocorrência registrado no Hospital Geral do Estado (HGE), a criança foi atingida por um tiro disparado por suspeitos de serem traficantes. 

Ainda segundo o boletim, a menina tinha saído da igreja – a Congregação Deus é Amor – e voltava para casa. Foi quando, ao chegar na Rua Nova, no bairro Cristo Rei, que ela, a mãe e a irmã se depararam com pelo menos 10 homens armados que cantavam músicas de facção. “Eles estavam comemorando alguma coisa. Estavam gritando, mas não lembro exatamente o que gritavam. Até que pararam todos e começaram a atirar”, contou a mãe da menina, ao CORREIO. Temendo represálias, a mulher também pediu para não ser identificada. 

Ela relata que, ao perceber o que estava acontecendo, segurou as mãos das duas meninas – além da filha de 9, estava acompanhada de uma garota de 12 anos – e saiu correndo. Ela diz que, como a maior parte dos estabelecimentos comerciais da rua tinha sido fechado, não conseguiram encontrar um lugar seguro para ficar. 

“Quando ouvi o primeiro tiro, peguei as meninas e saí correndo. Não só eu comecei a correr, como outras pessoas também. A gente correu em direção à casa, mas ela (a filha de 9 anos) começou a gritar ‘ai, minha mão’. Parei correr para examiná-la e vi que ela estava ferida”. Foi quando ela avistou, mais à frente, uma vizinha que também tinha saído da igreja e que estava com um conhecido que ajudou a dar socorro. 

Segundo a mulher, a casa onde morava com a filha fica a dois quarteirões do local onde aconteceu o tiroteio. A igreja, por outro lado, fica a seis quarteirões do imóvel onde vivem. E o percurso é bem conhecido delas, já que menina sempre costuma ir à igreja com a mãe. 

“Sempre acontece isso (tiroteio), sempre tem essas coisas todas, mas a gente nunca presenciou. Nunca vimos, nunca tínhamos presenciado a ponto de ela se ferir como ontem (domingo, 18). Agora, tenho que agradecer a Deus porque foi na mão direita. Se fosse em outro lugar...”, disse a mulher, sem conseguir terminar a frase.

A menina está internada no HGE e deve passar por cirurgia na mão ainda nesta segunda-feira (19). De acordo com a mãe, ela perdeu massa óssea, mas não corre risco de morte. Ainda no domingo, ela tinha sido socorrida e levara ao Hospital do Subúrbio em carro próprio. Lá, recebeu os primeiros atendimentos, mas foi transferida para o HGE, onde há especialistas em cirurgia de mão. 

A mãe conta que a filha ficou muito assustada durante o tiroteio. “Tadinha, ela estava bem abaladinha. A psicóloga (do HGE) veio aqui conversar com ela e ela ficou mais calma. Não estou com medo de voltar para casa, mas estou assustada, com certeza. Você presenciar uma cena daquela vai fazer ficar com ela na cabeça por muito tempo”.

Ela ainda fez um apelo ao poder público pela falta de segurança onde mora. “Está demais. Somos cidadãos de bem e aí vem um bocado de meliante andando armado daquela forma”. 

Fonte: Correio 24 Horas

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