Bendine tentou favorecer Odebrecht na Petrobras, revela e-mail

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Brasil

22 de agosto de 2017 às 16h05

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Aldemir Bendine, presidente da Petrobras (Foto: Agência O Globo)A força-tarefa da Operação Lava Jato encontrou e-mails que indicam que o ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine - também ex-Banco do Brasil - tentou favorecer o Grupo Odebrecht dentro da estatal petrolífera, após acerto de propina de R$ 17 milhões. O material faz parte da denúncia criminal contra ele, apresentada nesta terça-feira, 23, por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e embaraço às investigações. MPF apresenta denúncia contra ex-presidente da Petrobras Bendine. O procurador da República Athayde Ribeiro Costa afirmou que Bendine tentou internamente na Petrobras liberar negócios para o Estaleiro Enseada Paraguaçu, do Grupo Odebrecht.

"Em contrapartida às negociações e promessa de pagamento da vantagem indevida, que ao final foi paga por Marcelo Odebrecht e Fernando Reis, o denunciado Aldemir Bendine, em atendimento ao \'quid pro quo\' (tomar uma coisa por outra), deu início a movimentações internas na Petrobras com intuito de favorecer o grupo empresarial Odebrecht", sustenta a denúncia.

"Assim, buscou junto ao departamento jurídico da Petrobras informações específicas visando: (1) ao desbloqueio da cautelar que impedia novas contratações da Odebrecht Óleo e Gás; e (2) a contratação direta do Estaleiro Paraguaçu ou a constituição de sociedade de propósito específico para viabilizar o contrato e atender aos interesses de Marcelo Odebrecht. A resposta do departamento jurídico da Petrobras foi encaminhada para Aldemir Bendine já em 21 de maio de 2015, após a reunião que ocorreu na residência de André Gustavo, em 18 de maio daquele ano", informa a denúncia.

A denúncia afirma que no dia 23 de janeiro de 2015 e 30 de maio de 2016, Bendine e seus operadores André Gustavo e Antonio Carlos solicitaram R$ 17 milhões em propinas a Marcelo Odebrecht e o executivo Fernando Reis "em virtude de demandas que o grupo empresarial" tinha na estatal.

"Em virtude da solicitação, Aldemir Bendine, em conjunto com André Gustavo e Antônio Carlos, recebeu a vantagem indevida no importe de R$ 3 milhões de reais, paga por Marcelo Odebrecht e Fernando Reis", diz o texto.

Senhas

Na denúncia, a força-tarefa da Operação Lava Jato anexou as mensagens com ordens de pagamentos do setor de propinas da Odebrecht. Foram R$ 3 milhões pagos a "Cobra", condinome do ex-presidente da estatal, que foram recebidos em São Paulo mediante a apresentação de três senhas: "Oceano", "Rio" e "Lagoa". O ex-presidente da Petrobras teria solicitado R$ 17 milhões em propinas para Marcelo Odebrecht e para o executivo do grupo Fernando Reis. Para receber o dinheiro, usou os publicitários André Gustavo e Antonio Carlos, donos da Arcos Propaganda, como operadores.

"Fernando Reis orientou o operador financeiro André Gustavo a comparecer na sede da Odebrecht para ajustar a operacionalização do repasse dos valores ilícitos. André Gustavo compareceu na Odebrecht, em data incerta, possivelmente no dia 15 ou 16 de junho de 2015, e obteve de Eduardo Barbosa, subordinado de Fernando Reis, as senhas "Oceano", "Rio" e "Lagoa", que deveriam ser pronunciadas pelo recebedor dos valores no ato das entregas sub-reptícias dos valores, para confirmação de sua autenticidade", sustenta a denúncia.

Os dois combinaram que a entrega deveria ser feita no endereço Rua Sampaio Viana, 180, Edifício Option Paraíso, Apartamento 43, Paraíso, na zona sul de São Paulo. O imóvel indicado era alugado por Antônio Carlos, operador de Bendine. Para receber os valores, o operador escalou o taxista Marcelo Casimiro."Casimiro tem fortes ligações e relacionamento estreito com Antônio Carlos e André Gustavo, para os quais prestava serviços diversos, a exemplo de transporte de encomendas", afirma a denúncia.

"Nesse contexto, a mando de Marcelo Odebrecht e Fernando Reis foi provisionada a entrega dos valores, com ocultação e dissimulação da natureza, origem, localização, movimentação e propriedade para Aldemir Bendine, apelidado de Cobra, por intermédio de Álvaro Novis, titular da denominada conta Paulistinha, junto ao Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht", diz o texto.

Segundo narra a acusação, Antonio Carlos repassou as senhas fornecidas pela Odebrecht e datas com provisão dos pagamentos para o taxista Marcelo Casimiro. "O qual compareceu no apartamento 43 da Rua Sampaio Viana, 180, nos dias 17 de junho de 2015, 24 de junho de 2015 e 01 de julho de 2015, para receber os valores, com ocultação de origem e natureza criminosa, disponibilizados pelo doleiro Álvaro Novis."

Outro lado

O advogado Pierpaolo Cruz Bottini, que defende Bendine, afirmou que não houve benefícios a empresas durante as gestões do executivo. Bendine foi denunciado hoje pelo Ministério Público Federal. "A defesa reitera que a atuação de Aldemir Bendine no Banco do Brasil e na Petrobras pautou-se pela legalidade, e não houve benefício a Odebrecht ou a qualquer outra empresa no período em que presidiu as entidades", disse.

Reprodução: Época Negócios

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