Padre que foi dispensado após revelar ser gay diz que igreja é "homofóbica, cheia de medo e ódio"

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Mundo

13 de outubro de 2015 às 13h44

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O monsenhor Krzystof Charamsa, 43 anos, que foi destituído de sua posição no Vaticano após assumir ser gay e apresentar o seu companheiro, criticou o posicionamento da Igreja Católica, que categorizou como 'homofóbica'. 

A revelação aconteceu um dia antes do início do Sínodo de Bispos, reunião onde os líderes da comunidade católica discutem questões relacionadas à família. Sacerdote há 17 anos, o padre foi destituído de sua posição na Congregação para a Doutrina da Fé logo em seguida.

Em entrevista à BBC Brasil, Charamsa comentou ter recebido palavras de apoio e gratidão em meio às críticas sofridas após a sua revelação. "Admito que foi um gesto dramático, quase de desespero diante de uma igreja que considero homofóbica, cheia de medo e ódio. Eu vivi o pesadelo da homofobia da minha igreja", relatou o monsenhor durante a entrevista.

Ele disse que a igreja não sabe "encarar a realidade", e que ainda acredita que a homossexualidade é uma doença com cura. "Não é delito ser homossexual. Você não pode imaginar o sentimento de culpa de um gay crente! A mentalidade cristã fundiu em nós que ser homossexual é diabólico", criticou o sacerdote.

"A igreja tem a ideia falsa de que homossexuais não podem formar família. Acredita que só buscam sexo. Isso é horrível. Não somos maníacos que buscam prazer sexual, somos humanos que buscam amor", garantiu Charamsa. Ele também revelou durante a entrevista que acredita que o papa Francisco é "um verdadeiro homem de Deus".

Sobre o futuro, o padre disse ainda ter planos concretizados e como vai atrelar o seu futuro à sua vocação do sacerdócio. Segundo a agência Reuters, o Vaticano disse que a demissão de Charamsa não tem relação com seus comentários sobre sua situação pessoal, que afirmou “merecer respeito”.

O Vaticano afirmou, porém, que ter dado a entrevista foi “grave e irresponsável”, por conta do início do sínodo, em que bispos vão discutir questões sobre a família. O Vaticano disse que as ações do padre sujeitariam o sínodo, que o Papa Francisco abriu no domingo (!1), a “pressão da mídia indevida”.

Foto: Reprodução/Correio24h

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