Advogado nega que casal soubesse que mansão comprada de Eduardo Costa era alvo de ações e questiona delegado

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Brasil

20 de julho de 2018 às 11h49

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Casa funciona como resort e tem piscina com vista para o Lago de Furnas (Foto: Reprodução/Facebook)

O advogado do casal que procurou a polícia para denunciar o sertanejo Eduardo Costa nega que os clientes soubessem que o imóvel, construído às margens do Lago de Furnas, em Capitólio (MG), era alvo de ações judiciais, como alegou o cantor em depoimento à polícia na quarta-feira (18). Arnaldo Soares Alves disse ao G1, nesta quinta (19), que também questiona a postura do delegado responsável pelo caso e que pedirá a suspeição do policial. O delegado afirmou que o inquérito continua sob sigilo (leia abaixo).

A casa atualmente funciona como resort. Tanto a hospedagem, quanto suas suítes, levam nomes de músicas do cantor, como "Sapequinha" e "Me apaixonei". Além de quartos de alto padrão, o resort conta com piscina de borda infinita, com vista para o lago. O preço da diária pode chegar a cerca de R$ 1,4 mil.


De acordo com o advogado, atualmente, o negócio é a única fonte de renda do casal de aposentados, que procurou a polícia para denunciar que o músico não teria informado que o imóvel teria pendências na Justiça no momento em que ele era negociado.

Por ter sido construída às margens da represa, em área de preservação permanente, a casa é objeto de ações judiciais movidas pela Ministério Público Federal (MPF) e por Furnas Centrais Elétricas e pode ter parte demolida.

Para Alves, o sertanejo teria praticado o crime de estelionato.

“Ele ocultou deles os dois processos e continua no polo passivo das ações até hoje. Está aí caracterizada a má-fé. (...) Quem diz ser de caráter, religioso, não está correspondendo”, falou.
Ainda segundo o advogado, a defesa do cantor teria recorrido da decisão que determinava a demolição quando o imóvel já estava com o casal.

Eduardo Costa chega para prestar depoimento na tarde desta quarta, em BH (Foto: Raquel Freitas/G1 Minas) Eduardo Costa chega para prestar depoimento na tarde desta quarta, em BH (Foto: Raquel Freitas/G1 Minas)
Eduardo Costa chega para prestar depoimento na tarde desta quarta, em BH (Foto: Raquel Freitas/G1 Minas)
Logo após prestar depoimento à polícia nesta quarta, Eduardo Costa negou as acusações e disse que o casal teria, sim, conhecimento das ações na Justiça. Ainda de acordo com o cantor, o processo de negociação dos imóveis teria sido acompanhado por advogados. Segundo Alves, o único advogado presente seria um dos corretores que, por coincidência, também teria essa formação, mas não estaria, na ocasião, atuando como defensor.

Alves conta que em 2015 o casal havia colocado à venda uma mansão no bairro Bandeirantes, na Região da Pampulha, em Belo Horizonte. Inicialmente, os dois teriam sido procurados por um cunhado do sertanejo. “Ele foi no imóvel, gostou e depois levou o Eduardo Costa”, disse.

Segundo o advogado, o músico teria proposto fechar negócio, oferecendo em troca a casa às margens de Furnas, avaliada em cerca de R$ 6 milhões, uma lancha, no valor de R$ 250 mil, uma moto aquática, no valor de R$ 25 mil, e uma Ferrari, avaliada em R$ 1,1 milhão.

Em relação à moto aquática e à lancha, Alves afirmou que foram entregues ao casal, mas ainda não foram transferidas de propriedade.

Já a Ferrari não chegou a ser repassada para o casal, de acordo com Alves. “Disseram que caiu de preço, mas que tinha quem comprasse”, afirmou. Segundo ele, o veículo foi comprado por outro sertanejo e, pela negociação do carro, R$ 800 mil teriam sido entregues para o casal. Ele disse que, nesta sexta-feira (20), deve pedir à polícia para que o músico comprador do carro seja ouvido sobre a negociação.

Por meio da assessoria, o cantor Eduardo Costa informou que esteve Departamento Estadual de Investigação de Fraudes, em Belo Horizonte, de forma voluntária e espontânea para prestar depoimento. "Eduardo Costa confia na justiça e nas autoridades. Está convicto de que os fatos já estão esclarecidos. Por fim, informa que tomará as medidas judiciais cíveis e criminais cabíveis em relação às mentiras lançadas de forma irresponsável", afirmou a assessoria em nota.

Sobre o delegado Vinícius Dias, que conduz as investigações sobre o caso, o advogado disse que pedirá a suspeição. “O inquérito estava sob sigilo e, de uma hora outra, ele o tornou público”, afirmou. Alves disse ainda que o fato de o delegado ter ficado ao lado do cantor durante entrevista aos jornalistas na delegacia e, em certos momentos, fazendo sinais de positivo com a cabeça “pegou muito mal”.

O que diz o delegado
Dias afirmou que o inquérito continua sob sigilo e disse que não deu nem dará detalhes sobre as investigações, mas somente sobre o fato. Ainda de acordo com o delegado, a decisão de conceder entrevista partiu do próprio cantor. Outras testemunhas serão ouvidas, de acordo com o delegado.

G1 // AO

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