Bahia registra aumento de 212 mortes em ações policiais entre 2016 e 2017; cerca de 90% ocorreram em ações da PM

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Polícia

10 de agosto de 2018 às 08h18

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Ação da Polícia Militar na Bahia (Foto: Lay Amorim/Brumado Notícias)

Dados revelados nesta quinta-feira (9) pelo 12º Anuário Brasileiro de Segurança Pública apontam que a Bahia registrou, entre 2016 e 2017, um aumento de 212 mortes em ações policiais ocorridas no período.

De acordo com o levantamento, ocorreram 456 casos no primeiro ano. Já no segundo, foram registradas 668 ocorrências.

Com isso, o estado é o terceiro com maior número de mortes em decorrências de ações policiais. Em primeiro vem o Rio de Janeiro, com 925 casos em 2016 e 1.127 em 2017. Em segundo lugar ficou São Paulo, com 857 mortes em 2016 e 940 em 2017.

Das mortes provocadas por policiais na Bahia, cerca de 90% ocorreram em operações da Polícia Militar. De acordo com as informações do levantamento, em 2016 foram registrados 412 casos. Já em 2017, ocorreram 610, seguindo o aumento entre os dois anos.

Em relação a morte de policiais na Bahia, o número total também teve um aumento no período, contudo, a quantidade é cerca de 80% menor que os casos de mortes ocorridas em ações policiais.

Segundo os dados, no primeiro ano ocorreram 15 mortes de policiais, contra 18 no segundo. Destas, a maioria é de policiais militares, com 12 mortes nos dois anos. No entanto, em 2017, nenhuma das mortes ocorreu enquanto os policiais estavam em serviço.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) informou que o "policial baiano responderá sempre de maneira enérgica e proporcional a ataques de criminosos, e que a legítima defesa dele e da sociedade é amparada legalmente".

No comunicado, a SSP informou, ainda, que, nos casos onde policiais agiram à margem da lei, inquéritos foram instaurados, resultando em prisões e expulsões das respectivas corporações.

Brasil
Em nível nacional, também houve aumento no número de mortes ocorridas em ações policiais. Em 2016, foram 4.237 casos. Já em 2017, foram registrados 5.144 ocorrências. Um aumento de 907 casos, que corresponde a 20,5%.

Mortes violentas
Em relação a mortes violentas intencionais, a Bahia teve uma diminuição entre os anos de 2016 e 2017. No primeiro ano, foram registrados 7.091 casos. Já no segundo, 6.915. Uma diminuição de 176 ocorrências.

Contudo, o estado é o que registrou o maior número de mortes violentas nos dois anos, em todo o país. Em 2016, o segundo lugar ficou com o Rio de Janeiro, com 6.262 mortes, e São Paulo, com 4.926. Já em 2017, o estado foi seguido novamente pelo Rio, com 6.749 mortes, e, como novidade nos primeiros do rancking, Pernambuco, com 5.426.

Mesmo assim, em relação a porcentagem de mortes violentas por 100 mil habitantes, a Bahia não foi considerado como um dos primeiros, por conta da grande taxa populacional.

Com isso, o Rio Grande do Norte registrou a maior taxa: 68%, seguido por Acre (63,95) e Ceará (59,1%). As menores taxas estão em São Paulo (10,7%), seguida de Santa Catarina (16,5%) e Distrito Federal (18,2%).

Em nível nacional, esses dados apontam que o Brasil bateu novo recorde e teve maior número de assassinatos da história, com 7 mortes por hora em 2017. De acordo com o estudo, foram registrados 63.880 casos no ano.

Feminicídio
Houve aumento também no número de feminicídios, que é o assasinato de mulheres, entre os dois anos. Em 2016, foram registrados 443 casos. Já em 2017, ocorreram 474. O número corresponde a um crescimento de 31 mortes.

Nesta modalidade, o estado fica atrás apenas de São Paulo, que registrou 474 feminicídios em 2016 e 508 em 2017. Em terceiro lugar fica o Rio de Janeiro, com 396 no primeiro ano e 381 no segundo.

Estupros
O número de estupros e tentativas também teve aumento, segundo os dados. Em 2016, o estado registrou 2.845 estupros e 366 tentativas. Já no ano seguinte, ocorreram 3.270 casos consumados e 416 tentativas. O aumento é de 425 no total de estupros e 50 em tentativas.

Violência doméstica
Em relação a violência doméstica, no primeiro ano, a Bahia teve 11.135 casos. Já em 2017, froam registrados 11.653 casos. Os dados também configuram um aumento, que, neste tópico, é de 518 ocorrências.

Fonte: G1 // AO

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