Buracos e má condição atrapalham pedestres e motoristas em trecho da BA-528 que dá acesso ao CIA

Os buracos e a falta de manutenção da pista Via Periférica I da BA-528, na região do bairro de Fazenda Coutos, em Salvador, tem causado transtornos para motoristas e pedestres que precisam passar pelo local.

A rodovia liga bairros do subúrbio ferroviário à BR-324 e, no trecho da Via Periférica, dá acesso ao município de Simões Filho, pela BA-526, mais conhecida como CIA-Aeroporto.

Nenhum órgão público se responsabiliza pela situação da estrada. Tomada por desníveis no asfalto, sem passeio para pedestres e acostamento para veículos, a via se torna um local difícil para quem precisa passaer por lá, seja de carro ou a pé.

É o caso da dona de casa Tiene dos Santos, que mora na região e passa pela rodovia todos os dias. “Um [órgão] joga para o outro e nada se resolve. A mesma coisa no tempo de chuva. Todo dia eu passo aqui com meu filho, para levar e buscar do colégio. Muitas vezes [a gente] toma banho dessa água de esgoto que [os carros] jogam mesmo, e não tem para quem reclamar porque é toda esburacada”, conta Tiene.

Também moradora da região, a dona de casa Camila está no bairro há 12 anos. Ela conta que nenhum órgão público se dispõe a consertar a estrada. “Todo ano é a mesma coisa. Dizem que aqui é de Simões Filho, que é do órgão de Salvador, que é do governo, e não aparece ninguém. A gente, todo ano, passa pela mesma situação”.

No mesmo trecho da rodovia, as poucas placas de sinalização estão pichadas. Mato e lixo tomam conta de um canteiro. Em um dos lados da estrada, o matagal ocupou todo o espaço dos pedestres, que precisam andar na pista junto com os carros.

Mecânico, Jean tem uma oficina na Via Periférica I há anos. Segundo ele, desde que abriu o negócio, a pista nunca passou por manutenção. “Tem mais de seis anos que eu estou aqui com a oficina e essa pista é da mesma forma aí, nunca mudou. Sempre essa buraqueira. Até agora ninguém sabe quem é realmente o dono dessa pista”, disse.

Depois da denúncia dos populares, a equipe entrou em contato com todos os órgãos envolvidos em manutenção de estradas, mas não obteve posicionamento efetivo de nenhum.

A Secretaria de Infraestrutura do Estado da Bahia (Seinfra) disse que, mesmo sendo uma rodovia estadual, o trecho da Via Periférica I não é administrado pela secretaria, porque faz parte do Centro Industrial de Aratu (CIA).

A Superintendência de Desenvolvimento Industrial e Comercial da Bahia, que é responsável pelo CIA, informou que também não é responsável pela via, e disse que o trecho pertence ao município de Salvador.

A Secretaria Municipal de Manutenção de Salvador (Seman), no entanto, disse que não responde pelo trecho porque é uma rodovia do estado, mesmo que ela passe por dentro de um bairro da capital. A Via Bahia, concessionária e administradora da BA-526, negou que seja responsável pelo trecho da Via Periférica I.

A equipe também entrou em contato com o Ministério Público da Bahia (MP-BA), que disse ter recebido uma representação dos moradores sobre as condições da BA-528 no ano passado. O documento foi encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF) ainda em 2017.

Por sua vez, o MPF que disse que investiga a situação e a empresa Via Bahia, mas que ainda não concluiu o processo e que, por isso, ninguém foi responsabilizado pelo estado da estrada ainda.

G1 // AO