Trump perde maioria na Câmara, mas amplia bancada republicana no Senado

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Mundo

07 de novembro de 2018 às 08h50

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Trump participa de comício em Cape Girardeau, Missouri, nesta segunda â?? Foto: AP/Jeff Roberson

O Partido Democrata conquistou a maioria da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos pela primeira vez em oito anos. O resultado das eleições legislativas significa uma derrota parcial para o presidente Donald Trump já que o seu partido, o Republicano, ampliou sua vantagem no Senado.

Até o momento, os democratas elegeram 219 deputados, enquanto os republicanos ficaram com 193 vagas na Câmara.
No Senado, republicanos conseguiram 51 vagas e os democratas, 45.
As “midterms” (eleições de meio de mandato) desta terça (6) definiram uma nova Câmara e renovaram um terço do Senado, além de mais de 75% dos governos estaduais. Até agora, os republicanos mantinham maioria nas duas casas, o que facilitava a aprovação da agenda presidencial.

Todas as 435 cadeiras da Câmara estavam em disputa, e um partido precisava de 218 eleitos para garantir a maioria. Para os democratas, isso significava ter que "roubar" 24 postos de seus adversários, o que eles conseguiram. No momento em que os democratas conseguiram 219, o Partido Republicano somava 193 deputados eleitos.

Com o domínio democrata na Câmara, os opositores de Trump também passarão a ocupar mais cargos nas comissões internas e prometem ampliar as investigações sobre seu governo.

Trump minimizou o revés. “Foi um tremendo sucesso esta noite. Obrigado a todos!”, avaliou no Twitter, antes mesmo da apuração oficial indicar que os Democratas comandariam a Câmara dos Representantes.
 

Senado
Das 33 cadeiras disputadas no Senado (outras duas eram alvo de uma eleição especial), os democratas precisavam manter as 22 que já mantinham, além das duas dos independentes que os acompanham nas votações, e ainda somar mais duas. Mas, pelo contrário, acabaram perdendo três, nos estados de Indiana, Dakota do Norte e Missouri.

Com isso, a maioria republicana, antes de 50 a 49, se tornou mais folgada, com pelo menos 51 a 45, ainda faltando cinco estados concluírem sua apuração.

Segundo o chefe de gabinete da líder democrata Nancy Pelosi, o presidente Donald Trump telefonou para ela para cumprimentá-la pela vitória democrata na Câmara. Ele a agradeceu pelo chamado ao bipartidarismo que ela fez em seu discurso, disse Drew Hammil no Twitter.

Ao falar a eleitores e membros do Partido Democrata em Washington, Pelosi foi recebida aos gritos de “presidente, presidente”, em uma indicação de seu favoritismo a ocupar a posição de presidente da Câmara. "Graças a vocês ganhamos terreno. Graças a vocês, amanhã será um novo dia na América", disse ela em seu discurso.

Alguns destaques desta eleição:

A democrata Alexandria Ocasio-Cortez, de Nova York, se tornou a mulher mais jovem a ser eleita para a Câmara, aos 29 anos.
As democratas Ilhan Omar, de Minnesota, e Rashid Tlaib, de Michigan, se tornaram as primeiras mulheres muçulmanas eleitas para a Câmara.
As democratas Deb Haaland, do Novo México, e Sharice Davids, de Kansas, são as primeiras mulheres de origem indígena a se elegerem para a Câmara.
Em Mississippi, nenhum candidato obteve 50% dos votos na eleição especial para a segunda vaga do Senado, e uma nova votação será realizada em 27 de novembro.
Bernie Sanders, ex-pré-candidato à presidência, conquistou com facilidade seu terceiro mandato como senador por Vermont.
O republicano Ted Cruz, ex-pré-candidato à presidência, manteve sua vaga no Senado em uma das mais acirradas disputas deste ano, ao vencer Beto O’Rourke.
Greg Pence, irmão mais velho do vice-presidente Mike Pence, foi eleito para a Câmara por Indiana.
Jared Polis, do Partido Democrata, se tornou o primeiro governador abertamente gay dos EUA ao vencer a disputa em Colorado.

Governadores
As “midterms” também proporcionaram uma mudança na representação dos governos estaduais. Dos 50 estados, 36 tiveram eleições, e os números foram favoráveis ao Partido Democrata, que inclusive ganhou em locais onde Trump foi vitorioso em 2016, como o Kansas.

Agora, serão ao menos 25 governadores republicanos e 21 democratas (quatro estados ainda não divulgaram seus resultados). Atualmente, são 33 republicanos, 16 democratas e um independente.

Não decididos
No estado do Mississippi, que realizou uma eleição especial para sua segunda cadeira no Senado, nenhum dos quatro candidatos obteve 50% dos votos e por isso haverá uma segunda votação para o posto, marcada para 27 de novembro. Os candidatos concorrem à vaga deixada pelo republicano Thad Cochran, que se afastou por problemas de saúde.

Já o estado de Arizona não declarou a vencedora em sua eleição para o Senado na noite de terça. De acordo com a CNN, a porta-voz do Gabinete de Registros do Condado de Maricopa, Murphy Hebert, informou que nem todos os votos foram recebidos ainda.

Apenas na manhã de quarta-feira serão computados os votos antecipados de eleitores que entregaram suas cédulas pessoalmente, e que ainda estavam sendo transportados. O resultado oficial deve ser divulgado na quinta-feira. A vaga é disputada pela democrata Kyrsten Sinema e a republicana Martha McSally.

Trump
Para o presidente Donald Trump, a votação serviu como um termômetro para avaliar a reação do eleitorado aos seus dois primeiros anos de governo. Em geral, o partido do presidente costuma perder assentos nas “midterms”.

Trump se envolveu diretamente na campanha e participou de 11 comícios em oito estados, subindo inclusive no palanque de seu ex-adversário e grande desafeto Ted Cruz, candidato à reeleição no Texas. Sua participação durou até os últimos instantes e ele participou de três atos em Cleveland (Ohio), Fort Wayne (Indiana) e Cape Girardeau (Missouri) na segunda-feira, regressando à Casa Branca apenas na madrugada de terça, horas antes da abertura da votação.

G1 // AO

 

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