Cerca de 20% da comida na Feira de São Joaquim é perdida

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Salvador

10 de novembro de 2015 às 11h17

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O vendedor de coco, Fernando Cordeiro Ribeiro, 52 anos, dos quais 32 na Feira de São Joaquim, costuma  jogar fora entre 15 a 20% de toda a mercadoria que adquire dos caminhões que trazem o produto do interior do estado. De cada 100 cocos que adquire  20 vão para o lixo sem qualquer reaproveitamento.  Coco, manga, tomate, tempero verde, abacaxi, banana, laranja, aipim, tudo tem um percentual entre 10 a 20% que vão para o lixo diariamente.

Na Feira de São Joaquim, considerado o maior mercado a céu aberto de hortifrutigranjeiros na capital, perambulam lado a lado a fome e o desperdício. Enquanto centenas de quilos de frutas e legumes são jogadas fora diariamente, catadores de alimentos reviram o lixo em busca de alimentos. Mas é também na mesma feira que uma cooperativa, implantada há dois anos procura reaproveitar parte desses produtos e transformá-los em alimentos.

Dados da FAO, organismo das Nações Unidas para a alimentação e agricultura, indicam que um terço dos alimentos produzidos no mundo é desperdiçado. O estudo da FAO mostra que mais da metade dos alimentos desperdiçados são perdidos em uma dessas fases produtivas: na própria produção, na manipulação após a colheita e na armazenagem. O que sobra se perde no processamento, na distribuição e no consumo.

No Brasil, o mesmo estudo indica que o desperdício chega a 40 toneladas por dia, com base nos dados fornecidos pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a Embrapa. Na Bahia, e particularmente em Salvador, não existem estatísticas a respeito, mas nas feiras livres e mercados, principalmente, os desperdícios de hortifrutigranjeiros saltam às vistas. Alimentos com validade vencida ou próxima da data de vencimento costumam ser comercializados em pleno centro da cidade, como a Avenida Joana Angélica e Comércio, em vez de serem reaproveitados.

Fome extrema
Em Salvador, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostragem Domiciliar (PNAD) de 2013, são 48949 famílias sem qualquer tipo de rendimento formal. Dos 858.496 domicílios permanentes na capital, segundo os dados do IBGE, 48.849 não têm rendimento, 1.222 famílias vivem com um quarto do salário mínimo e na contramão desses números, 43.216 famílias têm rendimento superior a 20 salários mínimos.

A falta de costume em reaproveitar os alimentos parcialmente estragados, chamados de refugos, gera um desperdício que nem os próprios feirantes calculam. A Cooperativa de Alimentos da Feira de São Joaquim (CooperFeira) estima que 80% dos refugos vão para o lixo, mas diz que esse percentual só diminuiu nos últimos meses por causa da diminuição do número de clientes na própria feira.”Há muita coisa que serviria para matar a fome  de muita gente e que é jogada fora todos os dias”, diz a líder da cooperativa, Carmem Lúcia.

A cooperativa estima que 80% de todo o refugo de alimentos produzidos diariamente na Feira de São Joaquim tenha como destino o lixo. São frutas como manga, laranja e banana, que são reaproveitados, após inspecionadas pelas nove funcionárias, e depois comercializadas na própria feira, em academias de ginásticas e até mesmo em eventos de grandes restaurantes. “Se tivéssemos mais doações desses produtos, que normalmente são jogados fora, teríamos uma maior variedade de alimentos reaproveitados”, diz Carmem Lúcia.

A cooperativa enfrenta um problema que espelha bem a falta de costume dos próprios feirantes. Enquanto diariamente carrinhos de mão com frutas e verduras parcialmente estragadas e que não são comercializadas, vão para o lixo, a cooperativa faz apelo para que as doações continuem. “Muitos comerciantes alegam, que preferem jogar fora o que não vendem, alegando prejuízos, mas esquecem que aqui podemos transformar a banana, a manga e a laranja, que seriam normalmente  jogadas fora em frutas cristalizadas, doces e geléias, com alto valor nutritivo e rigorosamente higienizadas”, defende a líder da cooperativa.

Foto: Reprodução/Tribuna da Bahia

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