Greve geral e protestos em Hong Kong provocam o caos nos transportes públicos; governo promete reação

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Mundo

05 de agosto de 2019 às 09h50

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Protestos simultâneos foram realizados em sete distritos de Hong Kong nesta segunda-feira (5)  â?? Foto: Anthony Wallace / AFP

Uma greve geral e protestos em sete distritos de Hong Kong provocaram o caos nos transportes públicos e nos voos internacionais nesta segunda-feira (5). O governo local, acusado pelos manifestantes de ser pró-Pequim, classificou a situação como "muito perigosa" e deixou evidente a disposição de endurecer a repressão.

Manifestantes ocuparam estações de metrô e mais de cem voos foram cancelados no aeroporto internacional de Hong Kong - um dos mais movimentados do mundo. Em várias partes da cidade, o tráfego de veículos foi bloqueado, o que provocou engarrafamentos.

A polícia já usou gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes concentrados em cinco dos sete distritos onde acontecem protestos nesta segunda, de acordo com a CNN.

A chefe de governo local, Carrie Lam, afirmou que a atitude intransigente dos "jovens radicais" promovem uma "situação muito perigosa".

"Eu diria que [os manifestantes] estão tentando derrubar Hong Kong, destruir por completo a vida de mais de sete milhões de pessoas", declarou Lam.

"Ações tão grandes em nome de certas demandas (...) minam seriamente a lei e a ordem de Hong Kong. E estão levando nossa cidade, uma cidade que todos amamos, à beira de uma situação muito perigosa", completou.
Lam disse que "o governo será enérgico na manutenção da lei e da ordem em Hong Kong para restaurar a confiança".

Série de protestos
Em virtude do princípio "Um país, dois sistemas" pelo qual o Reino Unido cedeu Hong Kong à China, a cidade goza de liberdades desconhecidas no restante do país, ao menos até 2047. Mas cada vez mais os moradores de Hong Kong temem que Pequim viole esse acordo.

Os protestos começaram em 9 de junho depois que o governo local apresentou um projeto de lei - atualmente suspenso - que permitiria a extradição de detentos à China continental.

A greve convocada para esta segunda-feira tinha como objetivo mostrar ao governo da China que o movimento ainda tem apoio popular. Segundo a CNN,2,3 mil trabalhadores da aviação aderiram à paralisação.

Os manifestantes, que não têm um líder, utilizam as redes sociais para coordenar os protestos e, até agora, conseguiram poucas concessões do poder político.

Embora o governo tenha recuado no projeto, os manifestantes ampliaram a pauta de reivindicações com o objetivo de barrar o que consideram a crescente influência de Pequim e de impedir a redução das liberdades dos cidadãos que vivem em Hong Kong.

A maioria das manifestações é pacífica, mas com frequência terminam em confrontos com as forças de segurança. No dia em que houve a celebração oficial do 22º aniversário do retorno do território ao domínio da China, manifestantes invadiram o Parlamento local.

Desde o início dos protestos, a polícia de Hong Kong prendeu 420 pessoas acusadas de manifestações ilegais, posse de armas, agressão a policiais e obstrução das operações do serviço de segurança.

Os protestos foram descritos por Pequim como um plano violento, orquestrado por fundos estrangeiros para desestabilizar o governo central. Na semana passada, o exército chinês divulgou um vídeo que mostra o uso de tanque, cassetetes, gases e jatos de água contra manifestantes - em uma clara ameaça contra os manifestantes de Hong Kong.

G1 // AO

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