A cor da violência: mulheres negras sofreram 73% dos casos de violência sexual no Brasil em 2017, diz estudo

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06 de março de 2020 às 05h07

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De 2009 a 2017, o número de mulheres negras vítimas de estupro aumentou quase dez vezes | Foto: Felipe Iruatã | Ag. A TARDE - Foto: Felipe Iruatã | Ag. A TARDE

 

Um estudo realizado pela Rede de Observatórios da Segurança divulgou, nesta quinta-feira, 5, na Universidade Federal da Bahia (Ufba), dados do relatório ‘A cor da violência: Uma análise dos homicídios e violência sexual na última década’.

A pesquisa inédita analisou dados do Sistema Único de Saúde (SUS), do período de dez anos, apresentando números que alarmam a sociedade para a situação de vulnerabilidade que jovens negros e negras vivenciam no Brasil com relação à violência letal e sexual.

De acordo com a pesquisa, em 2017, as mulheres negras sofreram 73% dos casos de violência sexual registrados no Brasil, enquanto as mulheres brancas foram vítimas em 12,8%. De 2009 a 2017, o número de mulheres negras vítimas de estupro aumentou quase dez vezes. O estudo ainda mostra que a taxa de crime entre mulheres negras habitantes da Bahia é 16 casos por 100 mil, o dobro da taxa entre mulheres brancas, que é de 8 por 100 mil mulheres.

Idealizador da Iniciativa Negra por Uma Nova Política sobre Drogas, e representante baiano da Rede de Observatórios de Segurança, o historiador Dudu Ribeiro afirmou, em entrevista ao Portal A TARDE, que o estudo conseguiu perceber esse aumento do número de violências contra as mulheres negras.. 

Esses números conseguem manter uma regularidade de registros entre mulheres brancas. Questionado se esse aumento no número de casos seria devido ao aumento da violência ou do incentivo à denúncia, Dudu declarou que um suplementa o outro.

“Ao mesmo tempo em que a gente percebe um aumento significativo de discursos e eventos violentos, a gente imagina que uma parte da motivação que aumenta o impacto dos indícios é também a ampliação do número de informações, da oferta de possibilidades de denúncia. É possível perceber um crescimento vertiginoso e importante dessa violência, ao mesmo tempo há um crescimento de possibilidades de fazer a denúncia”, contou.

 

A Tarde/// Figueiredo

A Tarde/// Figueiiredo

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