Pazuello pode ganhar comando de programa de parcerias com iniciativa privada

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Brasil

23 de março de 2021 às 12h47

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De saída do Ministério da Saúde, Eduardo Pazuello pode ganhar o comando da Secretaria Especial do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), sem status de ministro e, portanto, sem foro privilegiado. Após dias de indefinição sobre o futuro do ministro demissionário, o órgão responsável por concessões e parcerias do governo federal é agora apontado como a solução para construir a “saída honrosa” para Pazuello, que deixa a pasta criticado pela condução do enfrentamento à pandemia da Covid-19. Embora em estágio avançado de negociação, a efetivação de Pazuello no PPI enfrenta ainda a resistência do ministro da Economia Paulo Guedes, que tenta não perder espaço. Atualmente, o órgão é vinculado ao Ministério da Economia, mas seria transferido para a Secretaria-Geral da Presidência, comandada por Onyx Lorenzoni, patrocinador da ida de Pazuello para o PPI.

Desde que voltou a despachar no Palácio do Planalto ao assumir a Secretaria-Geral no mês passado, Onyx trava uma disputa com Guedes pelo programa de parcerias. O órgão era vinculado à Casa Civil, quando era comandada por Onyx, mas foi transferida para Guedes em janeiro de 2020. O argumento é que o PPI atua com diversos ministérios e, portanto, é melhor que fique no Planalto, próximo ao presidente Jair Bolsonaro. Já a atual secretária especial do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), Martha Seiller, pode ser indicada a vaga pelo governo a uma instituição financeira multilateral.

Integrantes do governo aguardam que Bolsonaro dê a palavra final ainda nesta terça-feira. A expectativa é que seja publicado ainda hoje em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) a nomeação do novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Inicialmente, o presidente Jair Bolsonaro cogitou dar a Pazuello um cargo com status de ministro, o que garantiria a ele a manutenção do foro privilegiado para seguir respondendo no Supremo Tribunal Federal (STF) o inquérito que apura a responsabilidade dele na condução da pandemia. Chegou a ser discutida até mesmo a criação de um Ministério da Amazônia Legal. A hipótese, no entanto, foi descartada por não ter consenso no governo e por criar desgaste com o Centrão, que cobra espaço no governo, e com a opinião pública.

Com o anúncio do cardiologista Marcelo Queiroga como novo ministro da Saúde no dia 15, a escolha de um novo posto para Pazuello gerou resistência no governo e até disputa entre auxiliares oriundos do Exército e da Marinha. Ministros-generais sugeriram que Pazuello, que também é general, assumisse a Secretária Especial de Assuntos Estratégicos no lugar do almirante Flávio Rocha, que no dia 11 deste mês passou a acumular também o comando da Secretaria Especial de Comunicação (Secom). A ideia seria elevar a SAE a status de ministério, mas Rocha, um dos auxiliares mais influentes do Planalto, resistiu. Sem encontrar um ministério para Pazuello, auxiliares do Planalto agora afirmam que o foro privilegiado nunca foi uma questão debatida pelo presidente, que apenas queria manter Pazuello por considerá-lo um bom quadro para o governo.

 

Reprodução: Extra

MC

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