Zika: pesquisadores elaboram protocolo para América Latina

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Saúde

18 de março de 2016 às 08h15

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Um encontro entre cientistas brasileiros e estrangeiros, que acontece desde a última terça-feira, em Pernambuco, deverá decidir, até o fim de semana, um protocolo para a padronização da investigação de casos de zika em toda a América Latina. Com o documento, estudiosos do continente passarão a utilizar os mesmos critérios para analisar como a doença se manifesta e os danos que pode causar no cérebro e no organismo de pacientes infectados pelo vírus.

A reunião acontece na Fundação Oswaldo Cruz de Pernambuco (Fiocruz-PE), em Recife. Participam dos debates pesquisadores de Pernambuco, São Paulo, da Bahia, do Rio de Janeiro, do Distrito Federal e também de países atingidos pela doença, como Colômbia, El Salvador e México.

— Os primeiros protocolos sobre a zika foram produzidos aqui no Brasil, o primeiro país atingido, mas a doença tem se difundido em outros países. Então, surgiu a necessidade de que os critérios para investigar a doença fossem os mais homogêneos possíveis — disse o coordenador de Unidade Técnica de Doenças Transmissíveis e Análises de Situação de Risco da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Enrique Vasquez, ao site G1.

O pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Universidade de Pernambuco (UPE), Rafael Ximenez, participa de estudos que acompanham gestantes no estado. Segundo ele, os filhos das mulheres infectadas pelo vírus durante a gravidez vão ser analisados nos dois primeiros anos de vida.

— São dois objetivos principais. O primeiro é verificar a relação da zika com a microcefalia. Se o vírus causa a malformação, com que frequência isso acontece? O outro é descobrir o que recém-nascidos podem vir a ter. É possível que o vírus cause danos neurológicos, além da microcefalia, que precisam ser esclarecidos — explicou Ximenez.

A representante do Ministério da Saúde e Proteção Social da Colômbia, Claudia Milena Cuellar, disse que busca ajuda na experiência brasileira. Na Colômbia, a epidemia de zika começou em outubro do ano passado. Hoje, cerca de 9.000 gestantes estão sob suspeita de ter a doença. Em nenhuma delas foram constatados, até agora, casos de microcefalia.

—Para a Colômbia, é importante ver a situação do Brasil, que foi o país que iniciou essas pesquisas — afirmou Claudia.

O secretário de Saúde de Pernambuco, Iran Costa, se reúne na segunda-feira, em Washington, nos EUA, com representantes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Opas. O objetivo é fechar parcerias com instituições estrangeiras para ampliar as ações de combate ao Aedes aegypti e intensificar pesquisas sobre o assunto. Pernambuco foi o primeiro estado do Brasil a detectar a mudança no padrão de ocorrência dos casos, a iniciar a investigação, a notificação, a organização do atendimento a crianças com má-formação e a elaborar protocolos para orientação de profissionais de saúde.

Foto: Reprodução/ O Globo



 

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