Em delação, ex-presidente do PP cita ministro do TCU, FHC e Lula

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Política

25 de março de 2016 às 09h40

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Negociada por cerca de oito meses e assinada há duas semanas com a Procuradoria Geral da República (PGR), a delação premiada do ex-presidente do PP, o ex-deputado federal Pedro Corrêa, cita políticos da base do governo e da oposição. Em anexo ao qual a Folha de S. Paulo teve acesso, Corrêa afirma que o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, durante seu mandato de deputado federal pelo PP, entre 2003 e 2005, esteve entre os nomes da bancada da Câmara que recebiam propina arrecadadas pelo deputado José Janene junto à Petrobras e outros órgãos.

Corrêa lembrou ainda que, quando Nardes foi nomeado ministro do TCU, um recibo que comprovava pagamento de propina foi destruído. De acordo com ele, o recibo era de valor "baixo", entre R$ 10 mil e R$ 20 mil, e poderia "prejudicar a nomeação". O ex-presidente do PP apresentou também uma lista de operadores de propina com nomes como Andrea Neves, irmã do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e uma de suas principais assessoras. A lista inclui ainda Marcos Valério, operador do mensalão, e Benedito Oliveira, o Bené, investigado na Operação Acrônimo, que apura suspeitas de irregularidades na campanha de Fernando Pimentel (PT) ao governo de Minas Gerais, em 2014. Na delação há também um anexo sobre o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), voltado à votação da emenda constitucional que possibilitou sua reeleição. O ex-presidente teria contado com o apoio do empresariado para aprovação do projeto. Corrêa cita o ex-presidente Lula ao relatar uma reunião com participação do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, e de José Eduardo Dutra, presidente da Petrobras na época, sobre a nomeação de Paulo Roberto Costa.

Lula teria atuado em nome do indicado. "Mas Lula, eu entendo a posição do conselho. Não é da tradição da Petrobras, assim, sem mais nem menos, trocar um editor", disse Dutra, segundo Correa. "Se fossemos pensar em tradição nem você era presidente da Petrobras e nem eu era presidente da República", teria respondido o petista. O relato aponta que, 15 dias depois desse diálogo, com a nomeação de Costa, o PP destravou a pauta do Congresso Nacional. A delação tem pouco mais de 70 anexos, com diferentes temas. Cinco são referentes a Lula e cinco a Dilma.

Foto: Reprodução
 

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