A filia&ccedil;&atilde;o de pessoas de 16 a 24 anos a <a href="https://www.portalsalvadorfm.com.br/noticias/tags/partidos%20politicos" target="_blank">partidos pol&iacute;ticos</a> chegou, este ano, ao menor patamar em uma d&eacute;cada. A partir de 2014, em meio as investiga&ccedil;&otilde;es da Opera&ccedil;&atilde;o Lava-Jato, a participa&ccedil;&atilde;o dos jovens caindo de 415 mil filiados para pouco mais de 180 mil atualmente.

Os dados fazem parte de um levantamento feito pelo jornal O Globo,&nbsp;relativos ao m&ecirc;s de mar&ccedil;o de cada ano. Entre as siglas mais tradicionais, como o MDB, o PSDB e o PT, a queda foi brusca: no MDB, a baixa foi de 37,6 mil para 15 mil em dez anos; no PSDB, de 30,7 mil para 8,6 mil; o PT, de 53,7 mil para 17,4 mil.

Os petistas, no entanto, t&ecirc;m mais motivos que os demais para crer que v&atilde;o retomar a presen&ccedil;a dos militantes mais novos nas fileiras partid&aacute;rias. O n&uacute;mero atual representa quase o dobro do que a sigla registrou em 2020, quando sua maior figura hist&oacute;rica, o presidente Luiz In&aacute;cio Lula da Silva, estava com direitos pol&iacute;ticos suspensos e o retorno ao Poder Executivo ainda era uma ideia distante. &Agrave;quela altura, o PT chegou a ter apenas 9,1 mil jovens.

Bolsonarismo impulsiona

Assim como o PT, o PL tem apostado no ex-presidente Jair Bolsonaro e no ide&aacute;rio pol&iacute;tico representado pelo bolsonarismo. Antes da filia&ccedil;&atilde;o do liberal, em 2021, o partido perdeu jovens ao longo dos &uacute;ltimos dez anos, mas, a exemplo dos petistas, passou a ganhar filiados de 2022 para c&aacute;.

Hoje, s&atilde;o 10,6 mil pessoas de at&eacute; 24 anos filiadas &agrave; sigla, patamar parecido com o de 2014. Nos &uacute;ltimos quatro anos, foi registrado um aumento de 81% desses eleitores no partido &mdash; mais expressivo que o crescimento entre idosos (11,8%) e adultos maiores de 25 anos (8%). Essa ascens&atilde;o passou a balizar um movimento da sigla em dire&ccedil;&atilde;o aos mais novos, com a cria&ccedil;&atilde;o do PL Jovem.

Dois jovens que estavam desaparecidos h&aacute; cerca de uma semana foram encontrados esquartejados na manh&atilde; desta quarta-feira (24), no munic&iacute;pio de Mata de S&atilde;o Jo&atilde;o, na Regi&atilde;o Metropolitana de Salvador.&nbsp;

De acordo com a Pol&iacute;cia Civil, os corpos de Andrei Concei&ccedil;&atilde;o Correia, de 26 anos e Vin&iacute;cius Santos Lima, de 18, foram encontrados com marcas de tiros na Rua da Bandeira, no bairro do Cabor&eacute;.

A principal linha de investiga&ccedil;&atilde;o aponta para disputa entre grupos criminosos rivais daquela regi&atilde;o.

Os corpos dos jovens foram encaminhados para o Instituto M&eacute;dico Legal (IML), onde devem passar por necropsia. Laudos do Departamento de Pol&iacute;cia T&eacute;cnica (DPT) devem auxiliar a esclarecer as circunst&acirc;ncias do crime.

A autoria e motiva&ccedil;&atilde;o do duplo homic&iacute;dio ser&atilde;o investigadas pela 36&ordf; Delegacia Territorial de Mata de S&atilde;o Jo&atilde;o.

Desaparecidos desde quinta-feira (28), os amigos Ednei Pires Queiroz, 30 anos, e Suesley Santos do Nascimento, 24, foram encontrados mortos na noite deste domingo (31).

Os corpos foram localizados com sinais de viol&ecirc;ncia dentro de um carro, modelo Chevrolet Agile, no entroncamento de Dias D&#39;&Aacute;vila, na Regi&atilde;o Metropolitana de Salvador. A dupla era de Cama&ccedil;ari.

As circunst&acirc;ncias das mortes n&atilde;o foram detalhadas. O caso &eacute; investigado pela Delegacia de Dias D&#39;&Aacute;vila.

A Pol&iacute;cia Cient&iacute;fica de Santa Catarina concluiu que os quatro jovens encontrados mortos no dia 1&ordm; de janeiro, no interior de um carro na rodovi&aacute;ria do Balne&aacute;rio de Cambori&uacute;, foram intoxicados por mon&oacute;xido de carbono, emitido ao interior do ve&iacute;culo por meio do ar-condicionado.

A falha decorreu de modifica&ccedil;&otilde;es feitas em uma pe&ccedil;a do escapamento, com o objetivo de dar maior pot&ecirc;ncia ao motor.

Thiago de Lima Ribeiro, de 21 anos de idade, Karla Aparecida dos Santos, de 19 anos, Gustavo Pereira Silveira Elias, de 24 anos, e o adolescente Nicolas Kovaleski, de 16 anos, foram encontrados sem vida ap&oacute;s festejarem a passagem de ano no litoral norte de Santa Catarina. Uma quinta pessoa tamb&eacute;m estava no ve&iacute;culo, mas sobreviveu. Todos eram da cidade mineira de Paracatu.

As investiga&ccedil;&otilde;es iniciais apontaram parada cardiorrespirat&oacute;ria, e as suspeitas &ndash; confirmadas pela per&iacute;cia &ndash; eram de que, provavelmente, eles teriam se intoxicado com esse g&aacute;s incolor e inodoro altamente letal, quando inalado em grande quantidade.

&quot;As provas periciais demonstraram que a causa da morte das quatro v&iacute;timas se deu por asfixia por mon&oacute;xido de carbono decorrente das altera&ccedil;&otilde;es irregulares no escapamento&rdquo;, resumiu a perita geral da Pol&iacute;cia Cient&iacute;fica de Santa Catarina Andressa Boer Fronza.

Laudo pericial 
Alguns detalhes do laudo pericial e do inqu&eacute;rito, que ainda est&aacute; sendo preparado, foram apresentados nesta sexta-feira (12) pela Pol&iacute;cia Civil do estado. Segundo a perita criminal Bruna de Souza Boff, as amostras de sangue e urina das v&iacute;timas n&atilde;o detectaram qualquer presen&ccedil;a de drogas, medicamentos ou venenos.

J&aacute; as an&aacute;lises de presen&ccedil;a de mon&oacute;xido de carbono constataram satura&ccedil;&atilde;o acima de 50% em tr&ecirc;s das v&iacute;timas e entre 49% e 50% na quarta v&iacute;tima. Em outra frente, foi investigada a origem desse mon&oacute;xido de carbono, g&aacute;s bastante presente no ar, gerado pela queima de material org&acirc;nico.

&ldquo;O problema da intoxica&ccedil;&atilde;o ocorre quando estamos em ambiente fechado, confinados, em que ele atinge concentra&ccedil;&atilde;o superior &agrave; do oxig&ecirc;nio. Ele tem uma afinidade 200 vezes maior do que o oxig&ecirc;nio, quando em nosso sangue. Ent&atilde;o rapidamente nossa hemoglobina troca o oxig&ecirc;nio por ele e o entrega aos nossos &oacute;rg&atilde;os, e a morte ocorre lentamente&rdquo;, explicou a perita Bruna Boff.

Origem do g&aacute;s 
Coube ao perito Luiz Gabriel Alves explicar a origem do g&aacute;s que matou os jovens. Segundo ele, o ve&iacute;culo havia passado por algumas modifica&ccedil;&otilde;es, visando ampliar a pot&ecirc;ncia e o ru&iacute;do do motor. Uma das pe&ccedil;as alteradas foi o chamado downpipe &ndash; parte do sistema de escapamento que se conecta com a sa&iacute;da do turbo do catalisador.

&ldquo;A tubula&ccedil;&atilde;o foi substitu&iacute;da, desviando o caminho do escape, sem que passasse pelos abafadores. Isso gera maior ru&iacute;do e ganho de pot&ecirc;ncia. Identificamos um rompimento pr&oacute;ximo &agrave; grade que segue para o ar-condicionado&rdquo;, explicou o perito.

A aus&ecirc;ncia de fixa&ccedil;&atilde;o ou solda no suporte do downpipe resultou na suc&ccedil;&atilde;o do g&aacute;s pelo ar-condicionado, transformando o interior do ve&iacute;culo em uma &ldquo;atmosfera t&oacute;xica&rdquo;, conforme mostrou o medidor de teor de gases utilizado pelos peritos.

Segundo Alves, a quantidade de g&aacute;s emitido para a parte interna, quando o ar-condicionado estava ligado, era t&atilde;o grande que superava o limite do medidor utilizado para a an&aacute;lise pericial. &ldquo;Com o ar desligado, o resultado ficou em zero&rdquo;, acrescentou ao explicar que essa modifica&ccedil;&atilde;o na pe&ccedil;a n&atilde;o &eacute; permitida.

Respons&aacute;vel pelo inqu&eacute;rito policial do caso, o delegado Vicente Soares disse que, diante desse contexto, o foco da investiga&ccedil;&atilde;o ser&aacute; agora a oficina respons&aacute;vel pela modifica&ccedil;&atilde;o na pe&ccedil;a. A altera&ccedil;&atilde;o, segundo ele, foi feita em julho na cidade de Aparecida de Goi&acirc;nia, em Goi&aacute;s.

&ldquo;O propriet&aacute;rio da oficina relatou que o downpipe foi, de fato, manufaturado por eles, e que ela n&atilde;o foi comprada da ind&uacute;stria. Portanto &eacute; caseira. Os mec&acirc;nicos ser&atilde;o ouvidos para a conclus&atilde;o do inqu&eacute;rito policial, e os envolvidos na montagem do equipamento podem ser responsabilizados por homic&iacute;dio culposo&rdquo;, informou o delegado. Ele n&atilde;o informou o nome da mec&acirc;nica que ser&aacute; foco das pr&oacute;ximas investiga&ccedil;&otilde;es.

&Uacute;ltimos momentos 
O delegado Soares explicou como foram os &uacute;ltimos momentos das v&iacute;timas. No dia 31, quando a caminho de Cambori&uacute;, o ve&iacute;culo apresentou alguns engasgos. Como o problema parecia resolvido, os jovens deram sequ&ecirc;ncia &agrave; viagem.

Ap&oacute;s a virada de ano, todos come&ccedil;aram a passar mal, e acreditavam se tratar de intoxica&ccedil;&atilde;o alimentar, causada pela ingest&atilde;o de cachorros quentes. &ldquo;Ap&oacute;s a virada, eles foram &agrave; rodovi&aacute;ria para buscar uma amiga, &agrave;s 3h15 [do dia 1&ordm;]. Chegaram ao local sentindo enjoo por causa do mon&oacute;xido e resolveram ent&atilde;o ficar no carro para tentarem se recuperar&rdquo;, disse o delegado.

A amiga rec&eacute;m-chegada ficou do lado de fora, achando que todos estavam apenas dormindo no interior do ve&iacute;culo que estava com o ar-condicionado ligado. Na sequ&ecirc;ncia, percebeu que a situa&ccedil;&atilde;o era grave, quando n&atilde;o conseguiu despert&aacute;-los, acionando o Samu. Eles foram encontrados j&aacute; sem sinais de vida.

Segundo o diretor de Medicina Legal da Pol&iacute;cia Civil, Fernando Oliva, as v&iacute;timas deram entrada no setor de medicina legal por volta das 10h15. &ldquo;Eles apresentavam sinais caracter&iacute;sticos de asfixia, como congest&atilde;o de face e mudan&ccedil;as de colora&ccedil;&atilde;o, bem como manchas que aparecem no processo de decomposi&ccedil;&atilde;o, que se inicia logo ap&oacute;s a parada cardiorrespirat&oacute;ria&rdquo;, disse o legista.

Dois jovens um de 18 anos e outro de 20 anos <a href="https://www.portalsalvadorfm.com.br/noticias/90533,dois-homens-sao-mortos-a-tiros-em-camacari">foram mortos a tiros </a>na madrugada desta ter&ccedil;a-feira (26),<a href="https://www.portalsalvadorfm.com.br/noticias/tags/FEIRA%20DE%20SANTANA"> em Feira de Santana, a 100 km de Salvador.</a>

De acordo com a Pol&iacute;cia Civil, Felipe Santos Freitas do Carmo, de 18 anos, e Alex Santos de Santana, 20, foram alvejados bairro Avi&aacute;rio. Eles foram atingidos na cabe&ccedil;a, pesco&ccedil;o e costas.

Ainda n&atilde;o h&aacute; informa&ccedil;&otilde;es sobre a autoria e motiva&ccedil;&atilde;o do crime, j&aacute; que, de acordo com a pol&iacute;cia, as v&iacute;timas foram encontradas mortas no ch&atilde;o. Moradores do bairro n&atilde;o viram o que aconteceu.

O duplo homic&iacute;dio ainda est&aacute; sendo investigado.

Cidad&atilde;o israelenses que est&atilde;o morando em outros lugares do mundo et&atilde;o retornando ao pa&iacute;s para lutar na guerra contra o Hamas. Eles foram convocados para lutar pelo pa&iacute;s.&nbsp;

Os israelenses nesta situa&ccedil;&atilde;o est&atilde;o recebendo um e-mail das autoridades daquele pa&iacute;s.Esses cidad&atilde;os est&atilde;o na lista de reservistas das For&ccedil;as Armadas de Israel.

V&aacute;rios v&iacute;deos circulam nas redes sociais com israelenses comemorando o retorno ao pa&iacute;s.&nbsp;

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<blockquote class="twitter-tweet">
🇮🇱 No v&iacute;deo, jovens israelenses que estavam fora do pa&iacute;s, retornam &agrave; Israel para atender a convoca&ccedil;&atilde;o e lutar na guerra contra o Hamas e Hezbollah. <a href="https://t.co/l9MtN4smU1">pic.twitter.com/l9MtN4smU1</a>
&mdash; 💚Alice no Pa&iacute;s das barbaridades 💛 (@Alicee_NoPais) <a href="https://twitter.com/Alicee_NoPais/status/1712205601957171205?ref_src=twsrc%5Etfw">October 11, 2023</a></blockquote>
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Ainda abalados, amigos e familiares de Breno Paulo Bonfim Ferreira, de 23 anos, est&atilde;o organizando uma manifesta&ccedil;&atilde;o para homenagear o jovem, que <a href="https://www.portalsalvadorfm.com.br/noticias/121269,homens-morrem-a-tiros-enquanto-jogavam-baralho-em-praca-na-cidade-baixa">morreu ap&oacute;s ser baleado na &uacute;ltima&nbsp;sexta-feira&nbsp;(22)</a>. O crime aconteceu no bairro da Ribeira, na Cidade Baixa de Salvador.&nbsp;

Para homenagear o jovem que sonhava em jogar futebol profissionalmente, os moradores est&atilde;o organizando uma passeata que vai percorrer a regi&atilde;o onde Breno cresceu.&nbsp;A manifesta&ccedil;&atilde;o&nbsp;ser&aacute; realizada neste domingo (1), com concentra&ccedil;&atilde;o no Campo do Lasca, a partir das 9h.

&quot;Era um menino bom, atleta e nunca se envolveu com coisa errada. Inclusive v&aacute;rios clubes de futebol o conheciam pelo seu talento&quot;, conta um parente, preferindo n&atilde;o se identificar, ao Portal Salvador FM. &quot;Pouco antes de acontecer ele estava t&atilde;o alegre, brincando com a av&oacute;&quot;, lembra.

Uma mensagem compartilhada nas redes sociais define: &quot;Breno era um jogador de futebol. J&aacute; viajou pra Tail&acirc;ndia pra jogar. J&aacute; viajou pra muitos lugares pra jogar e tinha um sonho de mudar a vida de todos que ele amava. Breno era fam&iacute;lia, era amigo, nunca se envolveu em nada errado. Breno deixou dois filhos: uma menina de 3 anos e um menino de 3 meses. Infelizmente, acabaram com a carreira dele&quot;.

Al&eacute;m de Breno, a comunidade teve outra baixa. Leanderson dos Santos, o L&eacute;o, tamb&eacute;m morreu na ocorr&ecirc;ncia. O grafiteiro era conhecido por estampar seus trabalhos art&iacute;sticos em lojas e escolas.&nbsp;

&#39;N&atilde;o entra em nada&#39;

Segundo relatado por testemunhas e familiares, Breno e outros jovens estavam reunidos em um largo para jogar bola, quando homens armados, que seriam integrantes de uma fac&ccedil;&atilde;o criminosa de outro bairro, chegaram ao local&nbsp;e renderam o grupo.

Ainda segundo relatado, um dos criminosos chegou a dizer que Breno e o amigo &quot;n&atilde;o entravam em nada&quot;, mas o outro jovem amea&ccedil;ou correr e os disparos foram efetuados. O atleta&nbsp;foi atingido na barriga. Al&eacute;m do jogador e do grafiteiro, outros dois jovens foram atingidos. &nbsp; &nbsp;

De acordo com a Pol&iacute;cia Civil, a apura&ccedil;&atilde;o est&aacute; em curso e detalhes sobre o caso n&atilde;o podem ser divulgados para n&atilde;o interferir no andamento da investiga&ccedil;&atilde;o.

A Organiza&ccedil;&atilde;o Mundial da Sa&uacute;de (OMS) estima que, por ano, mais de 700 mil pessoas tirem a pr&oacute;pria vida em todo o mundo. Segundo a organiza&ccedil;&atilde;o, o n&uacute;mero pode chegar a 1 milh&atilde;o se forem considerados os casos n&atilde;o registrados. No Brasil, s&atilde;o aproximadamente 14 mil suic&iacute;dios todos os anos &mdash; uma m&eacute;dia de 38 pessoas por dia. Neste domingo (10), &eacute; o Dia Mundial de Preven&ccedil;&atilde;o ao Suic&iacute;dio. Especialistas apontam que a maioria dos casos &eacute; relacionada a transtornos mentais, como depress&atilde;o, e alertam que esses problemas t&ecirc;m se manifestado cada vez mais cedo.

Segundo o psiquiatra Rodrigo Bressan, presidente do Instituto Ame Sua Mente, pesquisas indicam que 75% dos transtornos mentais do adulto come&ccedil;am antes dos 24 anos. No caso dos adolescentes, metade tem in&iacute;cio antes dos 14 anos. &ldquo;A gente acaba vendo o indiv&iacute;duo que est&aacute; deprimido com 20, com 30 anos, mas na verdade a doen&ccedil;a, a maioria, come&ccedil;ou muito mais cedo&rdquo;, diz.

Um dos problemas que t&ecirc;m se apresentado cada vez mais cedo &eacute; a autoles&atilde;o. Um estudo da Universidade Federal Fluminense (UFF), financiado pela Funda&ccedil;&atilde;o de Amparo &agrave; Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), analisou casos de 61 alunos de 10 a 16 anos. Al&eacute;m de mostrar que 83% dos casos parecem ocorrer por causa de conflitos familiares n&atilde;o resolvidos, revelou ainda que a maioria est&aacute; associada &agrave; depress&atilde;o. &ldquo;N&oacute;s encontramos um &iacute;ndice de correla&ccedil;&atilde;o 65%&rdquo;, afirma o doutor em psicologia Antonio Augusto Pinto Junior, coordenador do Estudo sobre a Estrutura&ccedil;&atilde;o do Ego e da Personalidade de Adolescentes que se Automutilam. Ele avalia ser necess&aacute;rio outra pesquisa justamente para compreender melhor essa associa&ccedil;&atilde;o entre a depress&atilde;o e os quadros de autoles&atilde;o.

Esse tipo de comportamento, segundo Antonio Augusto, come&ccedil;a a se apresentar cada vez mais cedo, por volta dos 10 anos. Foi o caso de Clara, filha de Gabriela (nome fict&iacute;cio). A jovem come&ccedil;ou a apresentar o comportamento por volta dos 10, 11 anos. &ldquo;Come&ccedil;ou a me chamar a aten&ccedil;&atilde;o o uso de moletom, e foi a&iacute; que eu vi que ela estava se automutilando e fiquei muito preocupada . Ela apresentou ainda o comportamento de querer tirar a pr&oacute;pria vida, que tudo estava muito dif&iacute;cil para ela, que as pessoas n&atilde;o a entendiam&rdquo;, conta Gabriela, que encaminhou a filha para atendimento m&eacute;dico. O diagn&oacute;stico foi depress&atilde;o. Hoje Clara tem acompanhamento, est&aacute; medicada e vive feliz, segundo a m&atilde;e.

Assim como Clara, quem se autolesiona costuma cobrir bra&ccedil;os e pernas com roupas de mangas compridas como moletons. Mas pode tamb&eacute;m utilizar outros artif&iacute;cios, como pulseiras. Foi o caso de uma aluna de uma escola em Santos, em S&atilde;o Paulo, atendida pela psic&oacute;loga orientadora Helena Maria Fernandes Martins, que trabalha em unidades de ensino do litoral paulista. O fato foi descoberto por um colega da menina, como conta Helena. &ldquo;Ela se cortou na sala de aula, debaixo da carteira. Outro aluno viu e veio conversar comigo. A menina usava esse artificio, de ter v&aacute;rias pulseiras no pulso.&ldquo; Helena ressalta a import&acirc;ncia de alunos e professores terem treinamento em sa&uacute;de mental para reconhecerem quem precisa de ajuda.

Segundo o estudo da UFF, as partes do corpo escolhidas para a autoles&atilde;o, na maior parte dos casos, s&atilde;o bra&ccedil;os, m&atilde;os ou pulsos: 94,1%. Em 88,5% dos casos, s&atilde;o utilizados objetos cortantes, como gilete, apontador e estilete.

Para a psic&oacute;loga Karen Scavacini, do Instituto Vita Alere, de preven&ccedil;&atilde;o do suic&iacute;dio, na maioria das vezes, a autoles&atilde;o &eacute; um pedido de ajuda. Segundo ela, existem alguns jovens que v&atilde;o experimentar esse comportamento por curiosidade, o que tamb&eacute;m exige aten&ccedil;&atilde;o. Se isso acontecer repetidamente, o alerta tem que ser ligado.

Nesse casos, diz ela, o jovem pode estar sofrendo bullying, cyberbullying, abuso f&iacute;sico, sexual ou de subst&acirc;ncia. Karen Scavacini ressalta que o adolescente pode estar ainda com alguma quest&atilde;o psiqui&aacute;trica n&atilde;o identificada ou n&atilde;o tratada como altera&ccedil;&atilde;o de humor, personalidade, alimentar, a pr&oacute;pria ansiedade, depress&atilde;o, ou mesmo quest&otilde;es relativas &agrave; sexualidade, vulnerabilidade social e a conflitos familiares.

&quot;O que a gente tem visto &eacute; uma baixa toler&acirc;ncia &agrave;s frustra&ccedil;&otilde;es. E a autoles&atilde;o &eacute; vista como uma forma de al&iacute;vio&rdquo;, explica a psic&oacute;loga.

Rodrigo Bressan diz que, quando o sofrimento &eacute; muito intenso, pode haver uma rela&ccedil;&atilde;o entre autoles&atilde;o e suic&iacute;dio. Normalmente, esses casos est&atilde;o associados &agrave; depress&atilde;o. &ldquo;Algu&eacute;m que est&aacute; fazendo autoles&atilde;o est&aacute; em um sofrimento emocional muito grande. A gente tem que lembrar que &nbsp;90% dos casos est&atilde;o associados a um diagn&oacute;stico psiqui&aacute;trico, em especial a depress&atilde;o, e o mais importante que a gente tem que tratar o que est&aacute; por detr&aacute;s.&quot;

Mudan&ccedil;a de comportamento, queda no rendimento escolar, isolamento constante, no grupo de amizade, aparecimento de corte, queimadura, machucado, uso de mangas longas mesmo no calor podem ser sinais.&nbsp;

Papel de pais e professores

Na maioria dos casos, quem diagnostica ou identifica a pr&aacute;tica da autoles&atilde;o &eacute; o professor. &ldquo;Isso sinaliza uma demanda de capacita&ccedil;&atilde;o, de treinamento, de forma&ccedil;&atilde;o dos professores, entendendo a escola como porta de entrada para a identifica&ccedil;&atilde;o precoce de v&aacute;rias modalidades de sofrimento ps&iacute;quico na inf&acirc;ncia e na adolesc&ecirc;ncia&rdquo;, destaca Antonio Augusto.

Ricardo Oliveira tinha 19 anos quando sobreviveu a duas tentativas de suic&iacute;dio. Hoje, ele &eacute; psic&oacute;logo e volunt&aacute;rio na Associa&ccedil;&atilde;o Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (Abrata). Ricardo acredita que uma conversa sobre o assunto na juventude poderia ter ajudado. &ldquo;Com certeza a rela&ccedil;&atilde;o com o tratamento seria diferente, at&eacute; a vis&atilde;o porque tinha uma vis&atilde;o com preconceito. Eu acho que [se tivesse] algu&eacute;m explicando e conversando, com certeza, as a&ccedil;&otilde;es seriam ser diferentes&rdquo;, diz ele.

Rodrigo Bressan diz que a conversa com o adolescente, em situa&ccedil;&otilde;es como essas, &eacute; sempre delicada. N&atilde;o se pode ter uma postura arrogante, nem com r&oacute;tulos. Tamb&eacute;m n&atilde;o se deve dizer que &nbsp;a pessoa est&aacute; fazendo algo errado ou que &eacute; &ldquo;maluca&rdquo;. &nbsp;N&atilde;o se pode criar barreiras, mas, sim, mostrar a percep&ccedil;&atilde;o de um comportamento diferente.

&ldquo;Voc&ecirc; d&aacute; a autoria da conversa para o adolescente. Quando ele tem autoria, a chance de ele se abrir para conversar aumenta&rdquo;. Bressan avalia que &ldquo;todo o coment&aacute;rio, mesmo que nas entrelinhas, de julgamento afasta o adolescente&rdquo;.

Para Karen Scavacini, o Setembro Amarelo, m&ecirc;s que marca a campanha de conscientiza&ccedil;&atilde;o sobre preven&ccedil;&atilde;o ao suic&iacute;dio, &eacute; uma oportunidade para escolas e pais debaterem a quest&atilde;o da sa&uacute;de mental. De acordo com a psic&oacute;loga, pode ser feita uma conversa em torno de um filme ou de uma s&eacute;rie. &ldquo;Caso perceba que esse jovem precisa de ajuda, [o ideal &eacute;] oferecer escuta, acolher&rdquo;, diz.

O apoio psicol&oacute;gico &agrave;s crian&ccedil;as e aos adolescentes nas escolas &eacute; tamb&eacute;m uma das pautas priorit&aacute;rias nas a&ccedil;&otilde;es desenvolvidas pelo Departamento de Sa&uacute;de Mental, que foi criado nesta gest&atilde;o do Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de, segundo o psiquiatra Marcelo Kimati, assessor t&eacute;cnico da pasta, que ressalta a expans&atilde;o da rede de sa&uacute;de mental no pa&iacute;s: &ldquo;Desobstruindo uma fila que estava obstru&iacute;da ao longo do &uacute;ltimo ano no qual n&oacute;s n&atilde;o tivemos a habilita&ccedil;&atilde;o de novos servi&ccedil;os para crian&ccedil;a e adolescente.&rdquo;

O Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de ampliou o or&ccedil;amento da Rede de Aten&ccedil;&atilde;o Psicossocial com investimento de mais de R$ 200 milh&otilde;es em 2023. Os recursos destinados a estados e Distrito Federal somam R$ 414 milh&otilde;es no per&iacute;odo de um ano.

Rodrigo Bressan tamb&eacute;m defende a parceria entre pais e a escola. &rdquo;Os professores s&atilde;o um dos agentes que podem contribuir, e muito, para a preven&ccedil;&atilde;o dos transtornos. L&oacute;gico que em contato com os pais.&rdquo;

Onde obter ajuda

Para quem precisa de ajuda, o site mapasaudemental.com.br traz um mapeamento de locais, em todo o pa&iacute;s, que oferecem atendimento em sa&uacute;de mental.

O Instituto Ame Sua Mente tem, por exemplo, o projeto B&uacute;ssola, para auxiliar os professores a lidar com problemas de sa&uacute;de mental. O Vita Alere tamb&eacute;m oferece diversas atividades que incluem atendimentos, cursos, consultorias e palestras.

O Centro de Valoriza&ccedil;&atilde;o da Vida (CVV) atende pelo telefone 188 ou no site cvv.org.br.

Em caso de necessidade, tamb&eacute;m &eacute; poss&iacute;vel conseguir ajuda em centros de Aten&ccedil;&atilde;o Psicossocial (CAPs), unidades b&aacute;sicas de Sa&uacute;de (UBSs), unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e no Servi&ccedil;o de Atendimento M&oacute;vel de Urg&ecirc;ncia (Samu), que atende pelo n&uacute;mero 192.

Dois suspeitos foram detidos na manh&atilde; desta segunda-feira (17), no bairro de Tancredo Neves, em Salvador, em uma ocorr&ecirc;ncia com ref&eacute;m dentro de uma resid&ecirc;ncia na Rua Carla. <a href="https://www.portalsalvadorfm.com.br/noticias/114544,adolescente-e-liberada-apos-ser-feita-refem-pelo-namorado-puxador-de-bonde">A adolescente de 16 anos foi libertada ap&oacute;s mais de tr&ecirc;s horas de negocia&ccedil;&atilde;o</a>.

Em conversa com a imprensa, o major Luciano Jorge, comandante da 23&ordf; CIPM, falou sobre o armamento apreendido - uma espingarda calibre 12, com carregador alongado, e uma pistola 9 mil&iacute;metros. &nbsp;&quot;&Eacute; um aparato b&eacute;lico complicado e exp&otilde;e as guarni&ccedil;&otilde;es a demasiado risco&quot;, frisou o militar, antes de afirmar: &quot;N&atilde;o estamos lidando com inocentes&quot;.

O comandante da unidade tamb&eacute;m fez um apelo aos moradores das &aacute;reas vulner&aacute;veis ao tr&aacute;fico. &quot;Os filhos dessas comunidades s&atilde;o aliciados pelo tr&aacute;fico e v&atilde;o pra fila do abate por esses pr&oacute;prios criminosos. Ent&atilde;o, a popula&ccedil;&atilde;o tem que ajudar a pol&iacute;cia, tem que trazer essas informa&ccedil;&otilde;es, via 181, para que a gente aja cirurgicamente e livre esses jovens de serem aliciados pelo tr&aacute;fico&quot;, declarou.&nbsp;

M&atilde;e de jovem

Em conversa com o Portal Salvador FM, a m&atilde;e do primeiro jovem detido na ocorr&ecirc;ncia afirmou desconhecer o envolvimento do filho com a criminalidade. &quot;At&eacute; onde eu sei, n&atilde;o&quot;, disse Carla Reis. Ela contou que tinha acabado de chegar do trabalho quando foi surpreendida por tiros e a chegada dos policiais na rua.

Sobre as armas apreendidas na a&ccedil;&atilde;o policial ela tamb&eacute;m negou que tenham sido encontradas com o rapaz. &quot;N&atilde;o pertence a meu filho, meu filho n&atilde;o foi pego com nada. Meu filho tem 18 anos e n&atilde;o tem passagem pela pol&iacute;cia, nunca foi preso&quot;, pontuou.

Segundo a Secretaria de Seguran&ccedil;a P&uacute;blica, as equipes faziam rondas na localidade, quando dois homens e uma jovem saiam de um im&oacute;vel. Um deles tentou fugir, mas foi alcan&ccedil;ado. O outro, l&iacute;der de um grupo criminoso e conhecido por exibir fuzil nas ruas, estava com uma pistola e <a href="https://www.portalsalvadorfm.com.br/noticias/114538,jovem-e-feita-refem-apos-bandido-armado-invadir-residencia-em-tancredo-neves">manteve sua namorada como ref&eacute;m</a> e retornou para o im&oacute;vel.

*Com informa&ccedil;&otilde;es do rep&oacute;rter Paulinho FP

Os jovens s&atilde;o a parcela da popula&ccedil;&atilde;o mais afetada pela crise de sa&uacute;de causada pela pandemia de covid-19, segundo relat&oacute;rio anual do Estado Mental do Mundo, divulgado nesta semana pela organiza&ccedil;&atilde;o de pesquisa sem fins lucrativos Sapien Labs.&nbsp;

No Brasil, o estudo mostrou que existem 39% mais pessoas de 18 a 24 anos relatando queixas de sa&uacute;de mental quando comparadas &agrave; faixa et&aacute;ria de 55 a 64 anos.<img src="https://agenciabrasil.ebc.com.br/ebc.png?id=1514226&amp;o=node" /><img src="https://agenciabrasil.ebc.com.br/ebc.gif?id=1514226&amp;o=node" />

A popula&ccedil;&atilde;o jovem, especialmente na faixa entre 18 e 24 anos, tem uma probabilidade cinco vezes maior de relatar queixas de sa&uacute;de mental em compara&ccedil;&atilde;o com a gera&ccedil;&atilde;o de seus av&oacute;s. &ldquo;N&atilde;o h&aacute; uma &uacute;nica regi&atilde;o, grupo lingu&iacute;stico ou pa&iacute;s onde o decl&iacute;nio do bem-estar mental em gera&ccedil;&otilde;es sucessivamente mais jovens n&atilde;o &eacute; aparente. Isso se traduz em um aumento dram&aacute;tico na porcentagem de cada gera&ccedil;&atilde;o mais jovem que est&aacute; mentalmente angustiada ou lutando em um n&iacute;vel qualific&aacute;vel como de natureza cl&iacute;nica ou requerendo ajuda profissional&rdquo;, aponta o estudo internacional.

Na cl&iacute;nica da psic&oacute;loga Mariana Azevedo, especialista em sa&uacute;de mental e depend&ecirc;ncia qu&iacute;mica, houve um aumento expressivo no atendimento a crian&ccedil;as e adolescentes, por isso foi necess&aacute;rio fazer uma capacita&ccedil;&atilde;o para atender esse p&uacute;blico. &ldquo;A pandemia do novo coronav&iacute;rus aumentou o n&uacute;mero de atendimentos de jovens com transtornos mentais, incluindo depress&atilde;o e ansiedade. Al&eacute;m disso, a falta de contato social, o isolamento e a incerteza do futuro est&atilde;o entre os fatores que mais contribuem para o agravamento desse quadro&rdquo;, aponta Mariana Azevedo.

Nessa busca de alivio para o desconforto e as ang&uacute;stias existenciais, a psic&oacute;loga identificou um fen&ocirc;meno curioso entre os jovens que &eacute; a necessidade de simbolizar essas dores e frustra&ccedil;&otilde;es no corpo por meio de tatuagens. &quot;A gente percebe esse aumento da tentativa de alivio do desconforto, da ang&uacute;stia, do mal-estar, pelo corpo, por meio das tatuagens&quot;, exemplifica.

A pandemia tamb&eacute;m trouxe mudan&ccedil;as significativas na forma como os jovens se relacionam e interagem socialmente, especialmente ap&oacute;s a priva&ccedil;&atilde;o do ambiente escolar por conta do isolamento social. &quot;Uma das coisas que marca a adolesc&ecirc;ncia &eacute; essa separa&ccedil;&atilde;o do n&uacute;cleo familiar para uma constitui&ccedil;&atilde;o do sujeito. E nesse contexto, o conv&iacute;vio entre jovens que acontecia na escola deixou de existir por conta das restri&ccedil;&otilde;es e do isolamento social&quot;, explica.

A necessidade de manter o distanciamento f&iacute;sico e a redu&ccedil;&atilde;o de atividades presenciais afetaram negativamente a sa&uacute;de mental dos jovens, que muitas vezes dependem do contato social para se sentirem conectados e pertencentes a um grupo.

O decl&iacute;nio do bem-estar mental das gera&ccedil;&otilde;es mais novas tamb&eacute;m pode estar associado ao aumento do abuso de drogas e &aacute;lcool. Segundo a psic&oacute;loga Mariana Azevedo, isso se traduz em um aumento dram&aacute;tico na porcentagem de cada gera&ccedil;&atilde;o mais jovem que est&aacute; mentalmente angustiada. &quot;Com esse novo cen&aacute;rio, alguns pacientes passaram a ter acesso a medica&ccedil;&otilde;es psiqui&aacute;tricas e a fazer abuso dessas subst&acirc;ncias. Por exemplo, houve um aumento expressivo do uso de Ritalina&quot;, afirma a psic&oacute;loga.

O excesso de liberdade e de acesso &agrave;&nbsp;informa&ccedil;&atilde;o criou um contraponto entre fam&iacute;lias liberais e outras mais fechadas e dogm&aacute;ticas. &quot;O que eu observo que aconteceu na pandemia &eacute; que a conviv&ecirc;ncia desses nesses n&uacute;cleos familiares muito dogm&aacute;ticos foi assim enlouquecedor, literalmente&quot;, afirma Mariana Azevedo.

Nesse contexto, ela ressalta que muitos jovens que j&aacute; lidavam com transtornos mentais antes da pandemia tiveram sua condi&ccedil;&atilde;o agravada pela falta de acesso a tratamentos adequados de sa&uacute;de mental.

Apesar do quadro preocupante, a psic&oacute;loga ressalta um aspecto positivo dessa pandemia, que foi a diminui&ccedil;&atilde;o do preconceito contra a terapia e de outros processos de autoconhecimento. &quot;Muitas pessoas passaram a buscar a terapia para ter qualidade de vida. E agora podem falar sobre o que sentem, das suas viv&ecirc;ncias, sem que isso precise estar sendo &#39;confessado&#39;. Acabam se amparando nisso para se permitir falar de algo que causou um mal-estar, por exemplo&quot;, completa.

Dois jovens foram encontrados mortos, neste s&aacute;bado (11), em uma estrada vicinal na&nbsp;zona rural de Am&eacute;lia Rodrigues, cerca de 100 km da capital baiana. A pol&iacute;cia civil segue investigando o caso.&nbsp;

A Pol&iacute;cia Civil foi acionada por moradores que avistaram os corpos e, ao chegar no local, encontraram as v&iacute;timas mortas com marcas de tiros.

A um site local, os investigadores disseram que as v&iacute;timas, moradoras do bairro Itapicuru, tinham liga&ccedil;&atilde;o com uma fac&ccedil;&atilde;o criminosa.

O governador eleito da Bahia, Jer&ocirc;nimo Rodrigues (PT) assumiu o compromisso de ampliar as oportunidades do Programa Primeiro Emprego (PPE) a partir de 2023. A garantia foi dada, na manh&atilde; desta sexta-feira (16), durante a participa&ccedil;&atilde;o dele no 1&ordm; Encontro do Programa Primeiro Emprego, realizado no Parque de Exposi&ccedil;&otilde;es, em Salvador.&nbsp;

&ldquo;A nossa passagem aqui &eacute; motivada pelo gesto da cren&ccedil;a na inclus&atilde;o, no futuro&rdquo;, afirmou Jer&ocirc;nimo ao lado do governador Rui Costa e do presidente da Funda&ccedil;&atilde;o Lu&iacute;s Eduardo Magalh&atilde;es (FLEM), Rodrigo Hita, respons&aacute;vel pela gest&atilde;o do programa criado pelo Governo do Estado.

&ldquo;Esse programa &eacute; a revela&ccedil;&atilde;o de uma pol&iacute;tica para a juventude. Tem o nome de Programa Primeiro Emprego, mas para n&oacute;s &eacute; muito mais do que isso. &Eacute; a marca de um Governo que, ao longo de 16 anos, tem comprovado sua confian&ccedil;a no poder transformador da educa&ccedil;&atilde;o. Podem ter certeza que esse programa ser&aacute; fortalecido e ampliado nos pr&oacute;ximos quatro anos&rdquo;, completou.

Em seu discurso para a juventude presente, Rui Costa classificou o PPE como um &ldquo;programa extraordin&aacute;rio&rdquo; e disse que Jer&ocirc;nimo, &ldquo;a partir de janeiro, vai pisar no acelerador e contratar mais gente&rdquo;. O atual governador afirmou que o &ecirc;xito dos jovens que atualmente est&atilde;o empregados por meio do programa estimula outros jovens, que ainda est&atilde;o estudando, a se dedicar ainda mais nos estudos. Lan&ccedil;ado em 2016, o PPE oferta vagas no setor p&uacute;blico e privado para egressos e concluintes da rede estadual de educa&ccedil;&atilde;o profissional da Bahia.

Entregas da Pol&iacute;cia Civil

Antes de participar do evento promovido pela FLEM, Jer&ocirc;nimo participou da inaugura&ccedil;&atilde;o das novas instala&ccedil;&otilde;es da Pol&iacute;cia Civil que funcionar&atilde;o no pr&eacute;dio da antiga EBDA, pr&oacute;ximo &agrave; Avenida Dorival Caymmi, em Itapu&atilde;. Foram investidos mais de R$ 20 milh&otilde;es para aquisi&ccedil;&atilde;o de equipamentos e reforma de toda a estrutura, que a partir de agora vai abrigar os departamentos de Homic&iacute;dios e Prote&ccedil;&atilde;o &agrave; Pessoa (DHPP), de Crimes contra o Patrim&ocirc;nio (DCCP) e de Pol&iacute;cia Metropolitana (Depom).

Quatro em cada dez jovens que buscam trabalho avaliam seu estado emocional como ruim ou p&eacute;ssimo, apontou um relat&oacute;rio sobre&nbsp;Trabalho e Renda que foi divulgado&nbsp;hoje&nbsp;(10) durante a IV Confer&ecirc;ncia Movimento Mapa Educa&ccedil;&atilde;o, realizada em S&atilde;o Paulo. O relat&oacute;rio, produzido pelo Ita&uacute; Educa&ccedil;&atilde;o e Trabalho, foi feito&nbsp;com 14.510 jovens brasileiros entre 15 e 29 anos e integra a pesquisa Juventudes e a Pandemia: E agora?, que &eacute; coordenada pelo&nbsp;Atlas das Juventudes.&nbsp;

A pesquisa, que foi realizada de forma&nbsp;online&nbsp;entre os dias&nbsp;18 de julho&nbsp;e&nbsp;21 de agosto&nbsp;de 2022, demonstrou que o bem-estar psicol&oacute;gico est&aacute; estreitamente relacionado &agrave;s perspectivas de trabalho entre os jovens. Isso significa que os jovens que est&atilde;o procurando trabalho s&atilde;o os que relataram estar mais fragilizados nesse aspecto. Entre os que trabalham, os que avaliam seu estado emocional como ruim ou p&eacute;ssimo &eacute; menor, atingindo 21% dos entrevistados. J&aacute; entre os que n&atilde;o trabalham e n&atilde;o est&atilde;o procurando trabalho, 27% disseram estar acometidos por esse sentimento.

&ldquo;O estudo mostra que os jovens em busca de inser&ccedil;&atilde;o no mundo do trabalho est&atilde;o mais pessimistas sobre as percep&ccedil;&otilde;es de futuro para suas vidas e t&ecirc;m taxa maior na avalia&ccedil;&atilde;o do pr&oacute;prio estado emocional como ruim ou p&eacute;ssimo. Isso nos sinaliza que a sa&uacute;de mental precisa ser vista como prioridade e que &eacute; necess&aacute;rio ampliar as oportunidades de educa&ccedil;&atilde;o e trabalho para essa popula&ccedil;&atilde;o, para que melhorem as condi&ccedil;&otilde;es de suas vidas e, tamb&eacute;m, tenham perspectivas mais pr&oacute;speras para seu futuro&rdquo;, disse Diogo Jamra, gerente de Advocacy e Articula&ccedil;&atilde;o do Ita&uacute; Educa&ccedil;&atilde;o e Trabalho, um dos respons&aacute;veis pelo estudo.

Os jovens que est&atilde;o procurando trabalho tamb&eacute;m s&atilde;o os que possuem mais medo de passar por dificuldade financeira (45%) ou de n&atilde;o conseguir um trabalho (26%). J&aacute; entre os que trabalham, 34% dizem temer passar por dificuldade financeira e 18% temem perder o emprego ou n&atilde;o conseguir um novo trabalho.

Al&eacute;m de serem menos afetados por quest&otilde;es de sa&uacute;de mental, os jovens com emprego s&atilde;o tamb&eacute;m mais otimistas com rela&ccedil;&atilde;o ao futuro. Cerca de 44% dos jovens com emprego disseram que suas expectativas s&atilde;o positivas, enquanto essa condi&ccedil;&atilde;o cai para 34% entre os jovens que procuram um trabalho. Os mais otimistas s&atilde;o os jovens que n&atilde;o trabalham e n&atilde;o procuram um emprego: 48% deles revelaram&nbsp;ter&nbsp;uma boa perspectiva de futuro.

Pandemia

A pandemia do novo coronav&iacute;rus afetou a forma como o jovem encara o mundo da educa&ccedil;&atilde;o e do trabalho. Segundo a pesquisa, todos os perfis de entrevistados (que trabalham, buscam trabalho ou n&atilde;o trabalham e n&atilde;o buscam trabalho) tem o sentimento de que &ldquo;ficaram para tr&aacute;s no aprendizado&rdquo;. Esse sentimento &eacute; maior entre os que n&atilde;o trabalham (65%), mas atinge tamb&eacute;m os que procuram trabalho (59%) e os que est&atilde;o empregados (54%).

&ldquo;Os jovens relatam impactos da pandemia em suas vidas na educa&ccedil;&atilde;o e no trabalho. O sentimento de &lsquo;ficar para tr&aacute;s no aprendizado&rsquo; &eacute; comum entre todos os jovens, mas, ainda que se preocupem com a defasagem provocada pela pandemia, a grande maioria pretende continuar estudando. E, para isso, eles indicam que os conte&uacute;dos mais importantes para o momento s&atilde;o de prepara&ccedil;&atilde;o para o mundo do trabalho&rdquo;, disse Jamra, em entrevista &agrave;&nbsp;Ag&ecirc;ncia Brasil.

&ldquo;Mais de 6 a cada 10 jovens, independente da sua condi&ccedil;&atilde;o de trabalho, est&atilde;o muito ou parcialmente otimistas quanto &agrave; aproxima&ccedil;&atilde;o da educa&ccedil;&atilde;o e do mundo do trabalho. Al&eacute;m disso, 7 a cada 10 jovens que trabalham passaram a buscar mais cursos para qualifica&ccedil;&atilde;o pessoal ou profissional por causa da pandemia. Essa &eacute; uma sinaliza&ccedil;&atilde;o evidente de que os jovens avaliam a educa&ccedil;&atilde;o como um caminho para auxili&aacute;-los a trilhar sua trajet&oacute;ria profissional&rdquo;, acrescentou ele.

Reivindica&ccedil;&otilde;es

Para lidar com os efeitos da pandemia na educa&ccedil;&atilde;o e oferecer melhores condi&ccedil;&otilde;es de vida a esses jovens, a pesquisa demonstrou que ser&aacute; necess&aacute;rio ampliar as condi&ccedil;&otilde;es de acesso &agrave; educa&ccedil;&atilde;o profissional e ao trabalho. Durante o estudo, os jovens relataram que precisam de pol&iacute;ticas de bolsas de estudos e de aux&iacute;lios estudantis e de uma maior oferta de cursos de qualifica&ccedil;&atilde;o profissional e de empregos formais.

&ldquo;A pesquisa traz importantes indicativos que devem ser contemplados pelos governantes eleitos em seus mandatos. Os jovens sinalizam quais s&atilde;o as a&ccedil;&otilde;es priorit&aacute;rias que devem ser desenvolvidas pelo poder p&uacute;blico e, tamb&eacute;m, privado. No campo da educa&ccedil;&atilde;o, os jovens pedem por amplia&ccedil;&atilde;o de oportunidades de educa&ccedil;&atilde;o profissional, pol&iacute;ticas de bolsa de estudos, metodologias para trabalhar o desenvolvimento de habilidades em geral e a&ccedil;&otilde;es que os apoiem a elaborar seus projetos de vida. No campo do trabalho, os jovens pedem, principalmente, por amplia&ccedil;&atilde;o da oferta de cursos de qualifica&ccedil;&atilde;o profissional, oportunidades para incentivar projetos das juventudes, novas din&acirc;micas de trabalho e est&iacute;mulo para surgimento de novos trabalhos e empregos formais&rdquo;, falou Jamra. &ldquo;O jovem quer &ndash; e precisa &ndash; de apoio para dar continuidade aos estudos, bem como&nbsp;ter&nbsp;melhores perspectivas para estar inserido no mundo do trabalho&rdquo;, acrescentou ele.

Ap&oacute;s dois anos de pandemia, em 2021, um em cada quatro jovens brasileiros de 15 a 29 anos, o equivalente a 25,8%, n&atilde;o estudava, nem estava ocupado. Mais da metade - 62,5% - &eacute; mulher. Os dados fazem parte da S&iacute;ntese de Indicadores Sociais (SIS): uma an&aacute;lise das condi&ccedil;&otilde;es de vida da popula&ccedil;&atilde;o brasileira 2022, divulgada hoje (2), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat&iacute;stica (IBGE).

Segundo a publica&ccedil;&atilde;o, por conta da falta de experi&ecirc;ncia, os jovens s&atilde;o os que enfrentam maior dificuldade tanto para ingressar quanto para permanecer no mercado de trabalho. Eles representam o grupo mais vulner&aacute;vel aos per&iacute;odos de crise econ&ocirc;mica, especialmente os menos qualificados.

Em 2021, dos 12,7 milh&otilde;es de jovens de 15 a 29 anos que n&atilde;o estudavam nem estavam ocupados no Brasil, as mulheres de cor ou ra&ccedil;a preta ou parda representavam 5,3 milh&otilde;es desses jovens (41,9%), enquanto as brancas formavam menos da metade desse montante: 2,6 milh&otilde;es (20,5%), totalizando 7,9 milh&otilde;es de mulheres ou 62,5% dos jovens que n&atilde;o estudavam nem estavam ocupados. Entre os 4,7 milh&otilde;es de jovens restantes nessa situa&ccedil;&atilde;o, tr&ecirc;s milh&otilde;es eram homens pretos ou pardos (24,3%), conforme classifica&ccedil;&atilde;o do IBGE, e 1,6 milh&atilde;o de brancos (12,5%).

A pesquisa indicou que a pandemia n&atilde;o alterou a composi&ccedil;&atilde;o desse indicador por ra&ccedil;a ou sexo. A SIS mostra que distintos pap&eacute;is de g&ecirc;nero na sociedade influenciam a raz&atilde;o pela qual os jovens e as jovens se encontram na situa&ccedil;&atilde;o de n&atilde;o estudar nem estar ocupado. Os homens tendem a estar nessa situa&ccedil;&atilde;o mais frequentemente como desocupados, ou seja, em busca de ocupa&ccedil;&atilde;o e dispon&iacute;veis para trabalhar, j&aacute; as mulheres como fora da for&ccedil;a de trabalho.

Crian&ccedil;as

Diversos fatores s&atilde;o respons&aacute;veis pelas mulheres que n&atilde;o estudavam nem estavam ocupadas estarem em maior propor&ccedil;&atilde;o fora da for&ccedil;a de trabalho, entre eles, destaca-se responsabilidades com o cuidado de crian&ccedil;as, conforme a publica&ccedil;&atilde;o. Por sua vez, problemas de sa&uacute;de e outros motivos prevalecem entre os homens que n&atilde;o estudavam nem estavam ocupados fora da for&ccedil;a de trabalho.

&ldquo;As mulheres, em sua maioria, estavam fora da for&ccedil;a de trabalho. Elas n&atilde;o eram desocupadas, elas n&atilde;o estavam procurando emprego e dispon&iacute;veis para trabalhar como &eacute; o caso da maioria dos homens&rdquo;, afirmou a pesquisadora do IBGE Betina Fresneda.

&ldquo;Essa situa&ccedil;&atilde;o &eacute; ratificada com a investiga&ccedil;&atilde;o dos motivos pelos quais as mulheres est&atilde;o nessa situa&ccedil;&atilde;o e, como o principal motivo, figuram cuidados e afazeres dom&eacute;sticos, assim como em outros pa&iacute;ses que investigam esses motivos&rdquo;, acrescentou.

Esse &iacute;ndice reduziu em 2021 em rela&ccedil;&atilde;o a 2020, quando 28% dos jovens n&atilde;o estavam estudando, nem trabalhando. Em 2020, entre os pa&iacute;ses da Organiza&ccedil;&atilde;o para a Coopera&ccedil;&atilde;o e Desenvolvimento Econ&ocirc;mico (OCDE), o Brasil foi o terceiro maior percentual de jovens adultos que n&atilde;o estudavam nem estavam ocupados, ficando atr&aacute;s apenas da &Aacute;frica do Sul e da Col&ocirc;mbia.

N&iacute;vel de ocupa&ccedil;&atilde;o

Consideradas todas as faixas et&aacute;rias a partir dos 14 anos, o n&iacute;vel de ocupa&ccedil;&atilde;o no Brasil subiu de 51% em 2020 para 52,1% em 2021, mas ainda est&aacute; bem abaixo de 2019, 56,4%. S&atilde;o considerados nesse indicador tanto aqueles que possuem um v&iacute;nculo empregat&iacute;cio, quanto os empregados sem carteira e os trabalhadores por conta pr&oacute;pria.

O estudo mostra, ainda, que, em 2021, aumentou a diferen&ccedil;a de ocupa&ccedil;&atilde;o entre homens e mulheres. Mesmo situados em patamar mais baixo, o n&iacute;vel e a ocupa&ccedil;&atilde;o das mulheres foram mais reduzidos em 2020 e cresceram menos em 2021, ampliando a dist&acirc;ncia entre os sexos.

Em 2019, antes da pandemia, 66,8% dos homens e 46,7% das mulheres com mais de 14 anos estavam ocupados. Em 2021, o n&iacute;vel de ocupa&ccedil;&atilde;o dos homens caiu 3,7 pontos percentuais (pp) para 63,1%, enquanto o n&iacute;vel de ocupa&ccedil;&atilde;o das mulheres recuou 4,8 pp para 41,9%.

Em rela&ccedil;&atilde;o a ra&ccedil;a, a popula&ccedil;&atilde;o ocupada preta ou parda &eacute; 19% superior &agrave; popula&ccedil;&atilde;o branca. No entanto, h&aacute; diferencia&ccedil;&atilde;o significativa em rela&ccedil;&atilde;o ao v&iacute;nculo empregat&iacute;cio &ndash; a informalidade &eacute; maior entre pessoas pretas e pardas &ndash; e a remunera&ccedil;&atilde;o.

Em 2021, o aumento das ocupa&ccedil;&otilde;es informais foi de 1,6 pp para as pessoas de cor ou ra&ccedil;a preta ou parda e 0,9 pp para pessoas de cor ou ra&ccedil;a branca. Em rela&ccedil;&atilde;o ao rendimento, a diferen&ccedil;a total &eacute; de 69,4% entre pretos e pardos e brancos.

A SIS re&uacute;ne indicadores que ajudam em um conhecimento amplo da realidade social do Brasil. A publica&ccedil;&atilde;o utiliza dados de pesquisas do IBGE como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domic&iacute;lios Cont&iacute;nua (Pnad) e a Pesquisa de Informa&ccedil;&otilde;es B&aacute;sicas Municipais, al&eacute;m de dados de fontes externas como o Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de e a Ag&ecirc;ncia Nacional de Sa&uacute;de Suplementar (ANS), e informa&ccedil;&otilde;es de organismos internacionais como a Organiza&ccedil;&atilde;o das Na&ccedil;&otilde;es Unidas (ONU) e a Organiza&ccedil;&atilde;o para a Coopera&ccedil;&atilde;o e Desenvolvimento Econ&ocirc;mico (OCDE).

&ldquo;Muito, muito. &Eacute; muito dif&iacute;cil a gente conseguir um emprego. Por qual motivo, eu n&atilde;o consigo entender, mas que &eacute; dif&iacute;cil, &eacute;. Principalmente agora na &eacute;poca de pandemia, est&aacute; mais dif&iacute;cil ainda. S&atilde;o poucas vagas, e as vagas s&atilde;o muito concorridas. Eles querem que a gente tenha experi&ecirc;ncia de 30 anos, s&oacute; que a gente tem apenas 25 anos de idade. Ou voc&ecirc; tem que ter muita experi&ecirc;ncia, tem que ter estudo. Quando a gente n&atilde;o tem nenhum dos dois, fica muito dif&iacute;cil&rdquo;, desabafa uma jovem negra, de 25 anos, de Belo Horizonte.

O depoimento, n&atilde;o identificado, faz parte do estudo Jovens Negros e o Mercado de Trabalho, uma pesquisa in&eacute;dita encomendada pelo Banco Mundial ao N&uacute;cleo de Pesquisa Afro do Centro Brasileiro de An&aacute;lise e Planejamento (Cebrap) e ao Instituto de Refer&ecirc;ncia Negra Peregum.&nbsp;

A jovem n&atilde;o est&aacute; sozinha &ndash; o estudo mostra que, embora a popula&ccedil;&atilde;o negra seja maioria no Brasil, 56%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat&iacute;stica (IBGE), essa parcela &eacute; a que tem os menores &iacute;ndices de acesso &agrave; educa&ccedil;&atilde;o, &agrave; sa&uacute;de e ao mercado de trabalho. S&atilde;o tamb&eacute;m os negros que mais sofrem com os altos &iacute;ndices de viol&ecirc;ncia e encarceramento no pa&iacute;s.

O estudo usa dados de pesquisas do IBGE, al&eacute;m de entrevistas feitas com jovens em Bel&eacute;m, Recife, Bras&iacute;lia, Belo Horizonte e Porto Alegre. Os dados mostram que a contrata&ccedil;&atilde;o e at&eacute; mesmo os sal&aacute;rios variam de acordo com a ra&ccedil;a, o g&ecirc;nero e se se trata, ou n&atilde;o, de uma pessoa com defici&ecirc;ncia. Prova disso &eacute; que, no Brasil, de um lado, quase metade dos empregadores s&atilde;o homens brancos (45%) e mais da metade das mulheres brancas t&ecirc;m v&iacute;nculo empregat&iacute;cio formal. Do outro lado, 60% dos trabalhadores informais s&atilde;o negros.

De acordo com a pesquisa, o esfor&ccedil;o de inser&ccedil;&atilde;o no mercado de trabalho &ldquo;muitas vezes &eacute; cercado de constrangimentos que terminam por [se] constituir [em] barreiras de ingresso&rdquo;, diz o texto. Dentre os 70 entrevistados, 28 jovens mencionaram barreiras percebidas no processo de contrata&ccedil;&atilde;o. Em primeiro lugar, 28 pessoas destacaram a relev&acirc;ncia da apar&ecirc;ncia, como a cor de pele ou &ldquo;...destoar de um padr&atilde;o de RH [recursos humanos]&rdquo;. Dezessete dos entrevistados chamaram a aten&ccedil;&atilde;o para a falta de experi&ecirc;ncia, 11 para a forma&ccedil;&atilde;o insuficiente, seis destacaram o territ&oacute;rio de origem ou de resid&ecirc;ncia e seis, a identidade de g&ecirc;nero.&nbsp;

Mesmo no mercado de trabalho formal, o tratamento entre brancos e negros n&atilde;o &eacute; igual. Entre pessoas com a mesma escolaridade e o mesmo status ocupacional, homens negros, mulheres brancas e mulheres negras n&atilde;o t&ecirc;m a mesma renda dos homens brancos com escolariza&ccedil;&atilde;o e ocupa&ccedil;&atilde;o semelhantes. Os dados nacionais mostram que homens brancos profissionais e propriet&aacute;rios recebem, em m&eacute;dia, R$ 8.458, enquanto as mulheres negras, profissionais e propriet&aacute;rias recebem 54% menos, ou R$ 3.966.&nbsp;

A pandemia de covid-19 ressaltou as desigualdades. Dados demonstram como, ao longo de 2020, a taxa de desocupa&ccedil;&atilde;o aumentou no pa&iacute;s, crescendo, entre brancos, de 9,2% para 11,6%. Entre negros, por&eacute;m, a taxa subiu de 11,4% para 16,6%.&nbsp;

A pesquisa aborda tamb&eacute;m a desigualdade entre pessoas com e sem defici&ecirc;ncia e mostra que, mesmo quando conseguem uma ocupa&ccedil;&atilde;o, o valor dos rendimentos m&eacute;dios das pessoas com defici&ecirc;ncia &eacute; mais baixo do que o da popula&ccedil;&atilde;o sem defici&ecirc;ncia e as desigualdades raciais e de g&ecirc;nero seguem padr&atilde;o similar. Mulheres brancas com defici&ecirc;ncia recebem 69% do que recebem os homens brancos com defici&ecirc;ncia. J&aacute; os homens negros com defici&ecirc;ncia recebem 53% e as mulheres negras, 40% dos homens brancos.

&ldquo;Dessa forma, n&atilde;o &eacute; surpresa que jovens afrodescendentes muitas vezes sejam c&eacute;ticos em geral quanto a continuar a estudar, a procurar emprego e permanecer nele. Mesmo quando jovens negros conseguem superar as desvantagens educacionais, suas inser&ccedil;&otilde;es no mercado de trabalho permanecem prec&aacute;rias e n&atilde;o condizentes com sua forma&ccedil;&atilde;o&rdquo;, diz o estudo.

RECOMENDA&Ccedil;&Otilde;ES 
Diante de tal cen&aacute;rio, o estudo faz uma s&eacute;rie de recomenda&ccedil;&otilde;es para mudar a situa&ccedil;&atilde;o atual do pa&iacute;s, entre as quais destaca-se a realiza&ccedil;&atilde;o de campanhas ou pol&iacute;ticas de promo&ccedil;&atilde;o da inclus&atilde;o tecnol&oacute;gica. Tanto o acesso a computadores como o fornecimento de internet de qualidade gratuita, ou a pre&ccedil;os acess&iacute;veis, poder&atilde;o impactar na escolariza&ccedil;&atilde;o e no mercado de trabalho nos pr&oacute;ximos anos.&nbsp;

No setor privado, a recomenda&ccedil;&atilde;o &eacute; ter programas de trainee espec&iacute;ficos para negros. &Eacute; necess&aacute;ria tamb&eacute;m maior permeabilidade territorial e iniciativas de maior escala, para chegar de fato &agrave; maior parte da popula&ccedil;&atilde;o. Programas de subs&iacute;dios salariais podem ser boas alternativas.

O estudo chama a aten&ccedil;&atilde;o para a necessidade de redu&ccedil;&atilde;o de obst&aacute;culos econ&ocirc;micos para a conclus&atilde;o escolar, o que ajudar&aacute; crian&ccedil;as e jovens, principalmente negros e com defici&ecirc;ncia de origem desfavorecida, a prosperar academicamente. &nbsp;&Eacute; necess&aacute;rio ainda investimento em vagas priorit&aacute;rias em creches, uma vez que subs&iacute;dios para cuidado dos filhos s&atilde;o fundamentais para permitir que jovens m&atilde;es de fam&iacute;lias de baixa renda continuem estudando e aliviar irm&atilde;os mais velhos da obriga&ccedil;&atilde;o de cuidar dos menores, o que tamb&eacute;m se configura como causa do abandono escolar prematuro de meninas.

Os pesquisadores recomendam ainda subs&iacute;dios salariais direcionados a criar incentivos para inser&ccedil;&atilde;o de jovens negros e em situa&ccedil;&atilde;o de vulnerabilidade no mercado de trabalho, seja por meio de uma pol&iacute;tica de subs&iacute;dio salarial ou de isen&ccedil;&atilde;o fiscal para as empresas.

Outra a&ccedil;&atilde;o &eacute; oferecer subs&iacute;dios de transporte como assist&ecirc;ncia &agrave; procura de emprego. An&aacute;lises recentes mostram que pessoas de baixa renda tendem a viver muito mais longe do trabalho, requerendo muito tempo de deslocamento, mesmo em grandes &aacute;reas metropolitanas como S&atilde;o Paulo. Subs&iacute;dios aos transportes para jovens que procuram emprego podem aliviar esta barreira de acesso a mercados de trabalho.

Quatro homens foram flagrados &ldquo;surfando&rdquo; no teto de um &ocirc;nibus na Avenida Jequitaia, no bairro da Cal&ccedil;ada, em Salvador, na noite de sexta-feira (28). N&atilde;o h&aacute; registro de feridos.

O fato foi filmado por motoristas que estavam na mesma pista do coletivo, no sentido Largo dos Mares. Uma das imagens mostra o momento em que dois jovens ficam totalmente de p&eacute;, e precisam se esquivar de uma placa de sinaliza&ccedil;&atilde;o.

N&atilde;o h&aacute; detalhes sobre as circunst&acirc;ncias e nem o que motivou os homens a ficarem de p&eacute;, em cima do &ocirc;nibus.

O policiamento no bairro de Mussurunga foi refor&ccedil;ado nesta manh&atilde; (19) ap&oacute;s moradores relatarem a a&ccedil;&atilde;o criminosa de um grupo armado na regi&atilde;o. C&acirc;meras flagraram a presen&ccedil;a de uma crian&ccedil;a que participou da a&ccedil;&atilde;o, tamb&eacute;m armada. O caso aconteceu na noite de ter&ccedil;a (18).&nbsp; 
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Em nota, a Pol&iacute;cia Militar informou que agentes da 49&ordf; CIPM, com o apoio de guarni&ccedil;&otilde;es da Opera&ccedil;&atilde;o Apolo e do Patrulhamento T&aacute;tico M&oacute;vel (Patamo), foram acionados pelo Cicom ap&oacute;s den&uacute;ncias sobre um grupo de homens efetuando disparos de arma de fogo na localidade conhecida como Vila Verde. 
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Ainda de acordo com a PM, equipes realizaram o cerco na regi&atilde;o com incurs&otilde;es e abordagens, mas os suspeitos n&atilde;o estavam mais no local. Buscas foram feitas a fim de localizar os criminosos, mas ningu&eacute;m foi preso. O policiamento foi intensificado no bairro 
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Dois homens foram mortos em bairros diferentes de Ilh&eacute;us, cidade no sul da Bahia, na madrugada de domingo (18). Em um dos ataques, um adolescente de 17 anos ficou ferido. Nesta segunda-feira (19), ningu&eacute;m havia sido preso pelos crimes.

O primeiro caso foi por volta das 3h30. Leonel Santos Silva, de 32 anos, estava no bairro Teot&ocirc;nio Vilela, quando foi abordado e alvejado com cinco tiros, disparados por uma pessoa que estava dentro de um carro preto.

Moradores viram a situa&ccedil;&atilde;o e acionaram a pol&iacute;cia por meio do 190, mas a v&iacute;tima j&aacute; foi encontrada sem vida. Leonel foi baleado no olho direito, t&oacute;rax e abd&ocirc;men. Imagens de c&acirc;meras de seguran&ccedil;a ser&atilde;o utilizadas para ajudar a delegacia a identificar quem cometeu o crime.

O corpo de Leonel foi levado ao Departamento de Pol&iacute;cia T&eacute;cnica (DPT), onde passou por per&iacute;cia. Ainda n&atilde;o h&aacute; informa&ccedil;&otilde;es sobre o sepultamento da v&iacute;tima.

J&aacute; o segundo ataque aconteceu por volta das 4h, no bairro Nelson Costa. N&atilde;o h&aacute; informa&ccedil;&atilde;o se os casos possuem liga&ccedil;&atilde;o.

Jonatha Santos Silva, de 22 anos, foi baleado com sete tiros entre o pesco&ccedil;o, cabe&ccedil;a, p&eacute; direito, t&oacute;rax e abd&ocirc;men, enquanto estava na rua. Ele morreu na hora. Um adolescente estava com ele e conseguiu fugir dos disparos e foi socorrido para um hospital.

De acordo com a pol&iacute;cia, Jonatha foi morto por homens armados que chegaram em um carro e uma moto. Antes de dispararem contra os dois jovens, os suspeitos abordaram outras pessoas que estavam no local.

O corpo foi levado para o DPT e tamb&eacute;m n&atilde;o h&aacute; detalhes sobre o sepultamento, nem sobre o estado de sa&uacute;de do adolescente que foi baleado.

A Pol&iacute;cia Civil de Salvador investiga a suspeita de um triplo homic&iacute;dio, ap&oacute;s tr&ecirc;s jovens serem encontrados mortos neste s&aacute;bado (27) em uma &aacute;rea de manguezal no bairro do Lobato, no Sub&uacute;rbio de Salvador.

De acordo com informa&ccedil;&otilde;es da Pol&iacute;cia Militar, uma equipe da 14&ordf; Companhia Independente (CPMI) foi acionada para verificar a den&uacute;ncia e ao constatar os corpos acionou o Departamento de Pol&iacute;cia T&eacute;cnica.

Os jovens foram localizados na rua do Amparo, no Lobato, e apresentavam marcas de disparos de arma de fogo.

&quot;A 3&ordf; DH / BTS investiga um triplo homic&iacute;dio, ocorrido na manh&atilde; deste s&aacute;bado (27), na rua do Amparo, no bairro do Lobato. A equipe do Servi&ccedil;o de Investiga&ccedil;&atilde;o de Local de Crime (Silc) foi acionada, e ao chegar no local encontrou tr&ecirc;s corpos do sexo masculino, sem identifica&ccedil;&atilde;o formal, com marcas de disparos de arma de fogo. As guias de remo&ccedil;&atilde;o e de per&iacute;cia foram expedidas. As circunst&acirc;ncias e a autoria do crime est&atilde;o sendo apuradas&quot;, diz a Civil em nota.

Pr&eacute;-candidato a governador do Estado, Jer&ocirc;nimo Rodrigues (PT) se reuniu com jovens baianos na noite desta quinta-feira (12). O encontro, realizado no Instituto An&iacute;sio Teixeira (IAT), em Salvador, marcou o encerramento do projeto &quot;Deputado Jovem Baiano&quot;, que promoveu viv&ecirc;ncia parlamentar, de forma experimental, para estudantes de escolas p&uacute;blicas baianas.

Al&eacute;m de compartilhar um pouco de sua trajet&oacute;ria profissional e pol&iacute;tica, Jer&ocirc;nimo ressaltou a import&acirc;ncia do posicionamento e participa&ccedil;&atilde;o pol&iacute;ticas necess&aacute;rios a todo cidad&atilde;o. &quot;N&atilde;o existe posi&ccedil;&atilde;o ou postura neutra na pol&iacute;tica, n&atilde;o tem o morno, n&atilde;o tem m&eacute;dio. Quem est&aacute; em cima do muro est&aacute; do lado de quem oprime. O que voc&ecirc;s viveram &eacute; um grande exerc&iacute;cio de cidadania, de conhecimento de como funcionam as inst&acirc;ncias&quot;, completou o pr&eacute;-candidato.&nbsp;

Nesta edi&ccedil;&atilde;o, o projeto Deputado Jovem Baiano levou 22 estudantes para vivenciarem, por uma semana, o dia-a-dia dos deputados na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA). Al&eacute;m de acompanharem sess&otilde;es eles participaram de debates e proposi&ccedil;&atilde;o de projetos que poder&atilde;o tramitar na casa.

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