Primeiro dia do São João no Pelô tem xote, paqueras e arrasta-pé

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Salvador

23 de junho de 2017 às 06h19

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"Vem cair na brincadeira, vem dançar a noite inteira até o dia clarear..." Os versos cantados por Adelmario Coelho ao subir no palco montado no Terreiro de Jesus, no Pelourinho, deram as boas-vindas ao primeiro dia de São João em Salvador. As atrações estão se apresentando no Terreiro, no Cruzeiro de São Francisco, no Largo do Pelourinho e em Paripe, no Subúrbio Ferroviário.

Foram 2h de atraso para o início do show de Adelmario Coelho e até a chuva, que não foi convidada, resolveu aparecer, mas ninguém arredou o pé. Fez até um friozinho no começo da noite. “A gente gosta de forró arrasta-pé, e a programação do Pelourinho está nessa pegada, então, a gente chegou cedo para aproveitar”, contou o professor Isaías Lima, que levou a esposa e os dois filhos para a festa. 

 

Adelmário Coelho coloca o público para danças no Terreiro (Foto: Arisson Marinho/ CORREIO)

O Terreiro ficou cheio. No caminho até a Sala de Reboco, no Cruzeiro de São Francisco, foi a decoração que roubou a cena. As selfs focaram nos bonecões e nos portais montados por toda parte. Casais arriscavam os passos e, no dois prá lá, dois prá cá, eles iam longe. Vale tudo. Teve quem dançasse agarradinho, quem dançasse sozinho e quem fizesse até coreografia. "O importante é não ficar parado, né, meu filho!", afirmou uma senhora, vestida de caipira.

Aliás, os chapéus de palhas e o quadriculado tomou conta do Pelourinho. O primeiro dia do São João por lá foi quase uma festa de camisa, e colorida. Tinha xadrez no estilo tolha de mesa, tolha de piquenique, e no estilo rubro negro. Teve quem fosse com trança fake e teve quem trançasse realmente os cabelos. Alguns optaram por lenços e outros acessórios para lembrar o estilo interiorano. 

 

Muitas pessoas foram caracterizadas para a festa (Foto: Arisson Marinho/ CORREIO

 

A fisioterapeuta Ana Paula Souza, 32 anos, levou um chapéu com traças, amarrou a camisa na altura do umbigo e usou botas para completar o figurino. "O divertido é entrar na brincadeira. Chamei as amigas e fizemos uma quadrilha, as quatro caracterizadas. Essa é a festa mais divertida do ano, temos que brincar um pouquinho", afirmou, entre risos. 

Na Sala de Reboco, o público foi bastante diversificado. De um lado, um casal de velhinhos seguia os passos do Xote das Meninas, de Luiz Gonzaga, do outro lado, dois casais mais novos se entendiam em uma coreografia improvisada. O "Ela só quer, só pensa em namorar", do rei do Baião, inspirou os solteiros, e a paquera correu solta nesse primeiro dia. 

 

Casal dança agarradinho no São João do Pelourinho (Foto: Arisson Marinho/ CORREIO)

 

Quem estava com fome encontrou um cardápio diversificado, desde as comidas mais tradicionais, como os bolos de aipim, milho e a canjica, até o que não é tradicional nessa época, como o famoso bolinho de acarajé. Mas o elemento mais versátil da festa foi o amendoim. Tinha cozido, torrado, no copo, na lata e no saco. 

As bebidas seguiram a tradição: o licor junino e a cerveja gelada. "A piriguete é só R$ 2,50, pai. A promoção!", gritava um vendedor. Enquanto ele vendia, uma mulher passava com uma sacola procurando as latinhas: "Moço, tá vazia?", perguntava. 

 

Casais aproveitam o forró arrasta pé na Sala de Reboco (Foto: Arisson Marinho/ CORREIO)

 

O posto da Polícia Militar, quando não estava ocupado, virava arquibancada. Quem procurava um arraiá mais tranquilo corria paras as ruas transversais, que estavam tomadas de mesas e cadeiras oferecidas pelos bares da região. No Largo do Pelourinho a Orquestra Sanfônica inaugurou o palco e até a Banda Didá levou 50 crianças para a rua. Caracterizados e coreografados, os meninos e meninas percorreram as ruas do Pelô cantando e dançando ao som da percussão da Didá.  

A festa continua nesta sexta-feira (23), com Filomena, Cicinho de Assis, Flávio José, Genard e Jó Miranda, no palco principal. A festa está prevista para começar às 17h. No Subúrbio as atrações se apresentam em Paripe. 

Correio///AF

 

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