As urnas disponibilizadas para o referendo da Catalunha fecharam para votação às 20h (horário local, 15h em Brasília) deste domingo. Marcada pela repressão policial, 336 seções eleitorais foram interditadas pelas forças de segurança espanholas, informou o porta-voz do governo regional catalão, Jordi Turull.
Nas ruas, centenas de catalães pediam a renúncia do presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, por permitir tamanha violência por parte da polícia. Em coletiva de impensa, Rajoy disse que direitos fundamentais foram vulnerados com a realização do referendo. Segundo ele, a maioria do povo catalão não quis participar do processo, que "só serviu para aumentar a divisão, confrontar cidadãos e provocar situações indesejadas".
— Hoje não houve um referendo de autodeterminação na Catalunha. Nosso Estado de Direito mantém sua vigência. (...) Não assistimos a nenhum tipo de consulta, mas uma mera encenação. — declarou Rajoy. — Vimos comportamentos que repugnam qualquer democrata: doutrinamento de crianças, assédio a juízes e jornalistas. Os responsáveis por esses atos, pelos que aconteceram hoje e pelos que nos trouxeram até aqui, são o que promoveram a ruptura da legalidade e da convivência. Não busquem mais culpados, não há.
O Sistema Médico Emergencial da Catalunha informou que 761 pessoas solicitaram assistência, sendo apenas 335 na capital Barcelona. Segundo o Ministério do Interior, 19 policiais nacionais e 14 guardas civis receberam tratamento médico por causa de ferimentos nos confrontos nos postos de votação.
A Polícia Nacional e a Guarda Civil interferiram em diversos colégios em toda região para recolher urnas e cédulas e impedir a realização do referendo.
Durante a ação em alguns pontos de votação, segundo testemunhas, a polícia desferiu balas de borracha contra manifestantes a favor da independência. Ao menos duas pessoas se feriram gravemente: um homem que levou bala de borracha no olho e outro que sofreu um enfarte no meio da confusão.
O Globo////AF////
